quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Crianças estrangeiras sofrem preconceito em escolas e Marina pede que eleitor escolha entre Silva e Rousseff

Por Dalva Teodorescu

Ontem os jornais de televisão exibiam fala de Marina pedindo o segundo turno para o eleitor decidir "entre a Silva e a Rousseff.

O nome de Marina remete à sua origem genuinamente brasileira, já o de Dilma à sua origem do leste europeu.

Não sei o que Marina tinha em mente quando fez essa infeliz afirmação, mas vendo o que se passa hoje na Europa é inquietante.

A discriminação, ver mesmo perseguição, contra os estrangeiros no velho continente levanta a lembrança da subida das massas fascistas, que viram no estrangeiro o bode expiatório contra seus males de sociedade.

Purificação nominal antes da purificação étnica? Claro que Marina não está nessa linha, mas como nas últimas semanas seu inconsciente tem se revelado imprudente, como quando pediu voto par o n° 45, fiquei preocupada.

Mais preocupante foi o noticiário que, por coincidência ou não, entrou logo em seguida à fala de Marina. Crianças bolivianas e asiáticas estão sendo duramente discriminadas nas escolas paulistas.

Segundo a reportagem as crianças estrangeiras são obrigadas a pagar às crianças brasileiras para não apanharem. Depoimentos dessas crianças e de seus pais mostravam que as crianças brasileiras não se misturam com as estrangeiras para brincar, ficando as últimas isoaladas entre elas.

Fiquei horrorizada. O fato é tanto mais grave por se tratar de crianças obrigadas a conviver com a diferença, mesmo quando não são discriminadas.

O Brasil é conhecido por sua rica mistura de povos. País acolhedor, em todos os setores da sociedade encontra-se nomes de todas as origens. É essa nossa grande riqueza.

As autoridades paulistas, mas também o Ministério da Educação, devem com rapidez tomar medidas drásticas contra esses abusos discriminatórios e iniciar imediatamente uma campanha educacional com rigor para acabar com esses absurdos nas escolas.

E a Marina Silva que cuide mais de seu linguajar quando se dirige à uma nação como a nossa formada pela miscigenação de povos, cores e nomes.

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