quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DO PREÇO DOS TRANSPORTES E CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL EM SÃO PAULO

Enviado por email por Juliana Borges


Olá,

Segue o Manifesto organizado pelo Comitê de Luta Contra o Aumento da Tarifa sobre o aumento do preço do transporte e contra a violência policial.

Acho que todos devem ter visto pelos jornais a repressão policial contra manifestantes e vereadores da cidade no último ato contra o aumento da passagem. O governo Kassab havia se comprometido a fazer uma reunião com o movimento para receber as reivindicações e discutir a real possibilidade de abaixar o preço da tarifa de ônibus. No entanto, como de praxe, enviou para reunião uma pessoa que não tinha poder algum sobre o debate que estava sendo feito. Logo após, a polícia agiu violentamente contra os manifestantes do ato que se realizava do lado de fora da prefeitura.

Um manifestante foi barbaramente espancado (teve costelas e nariz quebrados - se submeteu a cirurgia).

Pedimos, então, a adesão de vocês ao manifesto e que nos ajudem a coletar assinaturas e adesão de movimentos. Amanhã, quinta-feira, haverá novo ato, às 17h e vários atos descentralizados estão sendo organizados!

Abraço,

Juliana Borges


MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DO PREÇO DOS TRANSPORTES E CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL EM SÃO PAULO


No dia 05 de Janeiro, a tarifa de ônibus da cidade de São Paulo subiu de R$ 2,70 para R$ 3,00, valor que supera o índice de inflação do período. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) demonstrou com esta medida que o sistema de transporte da cidade favorece o interesse dos empresários de ônibus em detrimento do interesse da população.

O transporte é um direito fundamental para que a população tenha acesso a outros direitos como saúde e educação. Com esse novo aumento da tarifa, mais pessoas param de utilizar o sistema de transporte, aumentando a já gravíssima desigualdade social brasileira e contribuindo para a manutenção das péssimas condições de vida da maioria da população.

A mesma medida foi tomada pelo governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB), que além de manter a lógica de privatização das linhas do metrô, anunciou o novo preço de R$ 2,90, que também vale para trens e ônibus intermunicipais.

A luta contra o aumento do preço da tarifa de ônibus foi para as ruas. Foram realizadas mais de seis manifestações, uma audiência pública com o Secretário dos Transportes e a Prefeitura de São Paulo não estabeleceu um processo de negociação para a redução do preço da tarifa.

Na quinta-feira (17), seis militantes se acorrentaram nas catracas do saguão central da Prefeitura onde permaneceram durante 10 horas, quando saíram identificados pela polícia. Neste período, nenhuma negociação que tivesse poder de reversão do aumento da tarifa foi estabelecida, apesar da insistência do movimento. Do lado de fora do prédio, a manifestação passou a ser duramente reprimida pela Guarda Civil Metropolitana, que iniciou as agressões com spray de pimenta e cassetetes. Sem ameaças de ocupação da sede do governo municipal a qual protegiam, este foi o estopim da violência física.

Soldados da Polícia Militar iniciaram seu operativo avançando sobre os manifestantes. Foram utilizadas armas de balas de borracha, cassetetes, bombas de efeito moral, spray de pimenta, atingindo, inclusive, alguns parlamentares. Várias pessoas ficaram machucadas, em especial, um assistente social que foi espancado por mais de oito policiais e teve fraturas na costela, braço e nariz.

A responsabilidade dessa violência é dos governos de Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin, que, a cada dia, consolidam um processo de militarização da política em São Paulo. A repressão oficial se iniciou no próprio decreto que aumentou o preço dos transportes; e se apresentou em sua forma mais bruta, na decisão de reprimir uma manifestação pacífica.

A luta contra o aumento das tarifas do transporte passa, neste momento, a ser uma luta também pelo fim da repressão. Nós, organizações sociais, entidades, movimentos, partidos políticos, intelectuais, declaramos nosso apoio à luta contra o aumento da passagem dos transportes em São Paulo, exigindo que a Prefeitura inicie o processo de negociação e que se estabeleça o fim imediato das repressões ao conjunto do movimento. O transporte é um direito que não abriremos mão, assim como o direito de livre manifestação e expressão, que continuaremos a exercer nas ruas.

Assinaturas devem ser enviadas para o e-mail barraroaumento@gmail.com
Comitê de Luta Contra o Aumento da Tarifa

ASSINAM ESSE MANIFESTO:

Organizações políticas:
Campo Barricadas Abrem Caminhos
Coletivo Nacional de Juventude Construção
Coletivo LGBT 28 de Junho
Coletivo Vamos à Luta
Coletivo ParaTodos - SP
POR (Partido Operário Revolucionário)

Sindicatos:
Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP

Entidades:
Apropuc (Associação dos Professores da PUC-SP)
ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre)
CAPPF (Centro Acadêmico Prof Paulo Freire) - Pedagogia /USP
Centro Acadêmico Benevides Paixão – Comunicação/PUC-SP
Centro Acadêmico Livre de História - Universidade Federal de Santa Catarina (CALH-UFSC)
CA Psico PUC-SP
CONEP (Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia)
DCE Unifesp
DCE Livre da USP
ENECOS SP (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social)
AGB- SP (Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Local São Paulo)
CEGE (Centro de Estudos Geográficos 'Capistrano de Abreu')
CONEEG (Confederação Nacional de Entidades Estudantis de Geografia)

Movimentos:
Tribunal Popular: O Estado Brasileiro no Banco dos Réus
Movimento Passe Livre – São Paulo
Movimento Rugido do Leão - FEA PUC-SP

Intelectuais:
Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida – professor da PUC-SP

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

É isso aí Mulherada! Parabéns!

ITALIANAS [de Fibra] SAEM ÀS RUAS PARA PEDIR A RENÚNCIA DE SÍLVIO BERLUSCONI


do Viomundo

Neste domingo, em mais de 200 cidades da Itália, as mulheres protestaram contra o primeiro ministro Sílivio Berluconi, pedindo a sua renúncia. Envolvido em escândalos sexuais, inclusive com menores de idade, Berlusconi é acusado pelas organizadoras das manifestações de enfraquecer a posição das mulheres na sociedade italiana ao tratá-las como objetos e reforçar estereótipos de gênero ultrapassados.

As manifestações também chamaram a atenção para as dificuldades da mulher italiana e reivindicaram seu direito de trabalhar, ter ajuda (creches, jornadas de trabalho menores), caso queira ter filhos e fim das discriminações.

Organizadas por meio de uma petição na internet , elas refletem a crescente revolta com o premiê, que em breve pode enfrentar um julgamento por conta de um escândalo de prostituição em um país onde as mulheres de classe média são parte significativa de seu eleitorado.

Uma das maiores concentrações ocorreu na Piazza del Popolo, em Roma, com grande participação também de homens e crianças. Segundo o L’ Unità, em toda Itália, 1 milhão saiu às ruas para pedir a saída do governo de Berluconi.

“As pessoas que se manifestam em inúmeras cidades italianas pertencem ao movimento antiBerlusconi promovido pela esquerda”, afirmou Fabrizio Cicchitto, chefe dos deputados do Povo da Liberdade (PDL, de Berlusconi), na tentativa de minimizar os protestos deste domingo.

Escreva Lola Escreva: VAMOS SEGUIR O EQUADOR NA LUTA CONTRA O MACHISMO?

Escreva Lola Escreva: VAMOS SEGUIR O EQUADOR NA LUTA CONTRA O MACHISMO?: "Jovem dispensa álcool: 'Eu não bebo, e daí?' Não tenho palavras pra descrever o quanto amei esta excelente campanha equatoriana contra o ma..."

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mubarak renuncia no Egito

Mubarak renunciou.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente egípcio, Omar Suleiman, na TV estatal, que também renunciou.
Centenas de milhares de pessoas festejam a queda do ditador na praça Tahrir.
Venceu o apelo das ruas.
Venceu a revolução pacífica.
Um dia de glória para o povo egípcio.
Um dia histórico para a humanidade.
Mulheres de Fibra comemora a queda de mais um ditador.
Vamos torcer para que a democracia plena se instale no Egito e que o exército deixe a vitória ao povo.

O primeiro pronunciamento de Dilma

Dalva Teodorescu

Em seu primeiro pronunciamento à nação a presidenta Dilma Rousseff apareceu sorridente e visivelmente feliz. Elegante e mais magra, vestia azul. A cor da comunicação, que lhe vai muito bem.

Dilma escolheu o início do ano letivo para se comunicar com o povo brasileiro. Dirigiu-se às mães, aos alunos e aos professores.

Abordou os programas de educação que devem continuar e ser aperfeiçoados e outros que devem ser implantados. Pro-Uni, Banda Larga, Enem, Escola Técnica.

Dilma estava ótima e encantou.

De manhã visitou o ex-vice presidente José Alencar, ato de solidariedade remarcável.

A noite esteve na festa do PT. Sorridente, cortou o bolo junto com o ex presidente Lula, Dona Mariza e José Eduardo Dutra.

Pena que não fez nenhum pronunciamento na festa do partido.

A estrela da festa era Lula, sem dúvida.

Mesmo assim, faltou uma fala de Dilma, ainda que umas palavrinhas aos seus eleitores e ao partido que a elegeu.

A Festa do PT e o jornal El Pais.

Por Dalva Teodorescu


Ontem na festa do PT, o ex-presidente Lula soltou o verbo, como sabe tão bem fazer, contra a tentativa da imprensa de tentar opor o governo Dilma ao seu governo.

Denunciou, em alto e bom tom, a tentativa perversa de anular a proposta de continuidade de um programa de governo.

Ontem, foi a vez do jornal espanhol, El País, dizer que Dilma está se afastando do governo Lula e se aproximando do EUA.

Citaram como exemplo, o fato de Dilma ter deixado transparecer que os caças F-18 Super Hornet, fabricados pela americana Boeing, seria melhor oferta que do que a dos Rafale, da Dassault".

Citam ainda o discurso de Dilma diante de sobreviventes do Holocausto, na Confederação Israelita do Brasil (Conib), afirmando que seu governo será "um incansável defensor da igualdade e dos direitos humanos em qualquer parte do mundo".

O jornal foi um pouco rápido nas análises. Estilo diferente não quer dizer governo diferente. Os jornais estrangeiros, todos, publicam em cima do que seus correspondentes escrevem.

E os correspondentes, por sua vez, geralmente, escrevem em cima do que leem na imprensa local. É uma lástima, mas é assim.

Não sei se é o caso da presidenta Dilma se pronunciar sobre o caso, mas alguma coisa precisa ser feita para cortar esses boatos.

Lula tem razão, o sucesso do governo Dilma é o seu sucesso.

Mais, a vitória de Dilma é a vitória de Lula e do partido dos trabalhadores.

Que ninguém se engane

Intriga II: a orquestração

Por Dalva Teodorescu

A última dos comentaristas de jornais da rede Globo é, de maneira orquestra, bater na mesma tecla:

A presidenta Dilma é diferente de Lula. Ela está enfrentando o congresso com maestria e está sendo obrigada a grandes sacrifícios de cortes orçamentários.

Tudo por causa da herança maldita que herdou do presidente Lula.

Cristiana Lobo e Gérson Camarotti, na Globo News, e Lúcia Hypólito na CNB notícias, repetiram, em uma só voz, a seguinte história:

Dilma está enfrentando o pão que o diabo amassou, o presidente lhe teria deixado um grande abacaxi, mas ela vai aguentar tudo calada, nada pode dizer contra seu mentor.

A frase “ela não pode falar nada, tem que ficar calada” foi repetida pelos três jornalistas globais como um mantra ensaiado. Ou ditado pelo diretor de jornalismo.

Parece ridículo, mas é assim.

Não conseguiram impedir a vitória de Dilma e não podem mais continuar com a mesma histeria anti governo, como fez durante os dois governos Lula.

Se o fizer, fica muito evidente que são vozes sem eco, sem ressonância na população.

O melhor é tentar opor o ex-presidente à sua sucessora, e ver o que ganham com isso.
Não vão conseguir.

Lula e Dilma se falam com mais frequência do dizem, também sobre essas intrigas.

Lula no Senegal

Por Dalva Teodorescu

Foi um grande prazer assistir o jornal de France 2, a TV francesa, mostrando Lula no Senegal.

Martine Aubry, presidenta do partido socialista francês e forte pré-candidata ás eleições presidências de 2012, teve um encontro de 40 minutos com o ex presidente.

Encontro muito comentado na imprensa francesa. Martine Aubry comentava aos jornalistas que Lula lhe disse que está na hora da França eleger uma mulher para presidente,‘como Madame Rousseff au Brésil’.

Aubry estava orgulhosa de repetir a opinião do ex presidente brasileiro, diante das câmaras de televisão.

Que pena que a televisão brasileira, aquela que boicota a TV Al Jazeera para fazer prazer aos EUA, boicotam também nosso líderes mais ilustres, por puro preconceito.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

As Diretas Já do Egito

Por Dalva Teodorescu



Por Dalva Teodorescu

O Povo Egípcio acabou de viver as suas Direta Já.
O povo pede a saída imediata e Mubarak falou em transição tranquila.
Nós brasileiros já vivemos esse filme, em 1984.
A praça Tahir, no Cairo, está nesse momento lotada de manifestantes pedindo sua renúncia, como no Anhangabaú naquela época.
É questão de tempo, o apelo das ruas vencerá no Egito.

O fim de Mubarak

Por Dalva Teodorescu

O ditador Mubarak está caindo como uma folha morta.
Segundo previsões, não deve passar de hoje.
Aguardemos antes de brindar.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A intriga ou: a comparação Dilma e Lula

Por Dalva Teodorescu

Setores conservadores da sociedade brasileira estão insistindo em comparar o estilo Dilma de governar com o de Lula. Até o Financial Times, em editorial, fez a comparação, que tem sido favorável a Dilma e servido para desmerecer o ex-presidente.

Todos se lembram como esses setores se referiam a Dilma durante sua candidatura. Era o poste, a candidatura pesada, a gerentona.

Agora, já a comparam com Fernando Henrique Cardoso, quando se fala de direitos humanos e cortes em gastos públicos.

O editor Mino Carta e colunistas, como Carlos Chagas e Fernando de Barros e Silva, alertaram que essas comparações buscam antes de tudo denegrir Lula e o mostrar como um fanfarrão.

O colunista da Folha chegou a dizer que, para a elite brasileira, se o país fosse uma praia Lula seria o presidente farofeiro e, isso, ela não mais suportaria. No que ele tem totalmente razão.

Outra leitura é possível. Contrapor Dilma a Lula é, também, uma forma de a contrapor ao eleitorado do ex presidente. Aquele que, fiel ao seu pedido, a elegeu a primeira presidenta do Brasil.

Tudo é possível, quando se trata de reconduzir a elite ao poder.

Seria uma benção para os conservadores se os eleitores de Lula virassem as costas para Dilma.

Alguns já se preocupam com o tom de intriga da comparação e chamam a atenção de Dilma para o perigo de se deixar levar pelo canto dessas sereias.

Seria pouco conhecer a presidenta e sua lealdade ao presidente Lula e esquecer que Dilma é gato escaldado, conhece bem essa elite conservadora.

Na verdade, a elite conservadora nunca aceitou o ex- operário na presidência. Nunca suportou que um representante do povo, que ela abomina, se tornasse a autoridade máxima da nação.

Pior, não engoliu que esse presidente fez um bom governo e mudou o rumo do país.

Combater a intriga da elite conservadora será a nova tarefa daqueles que esperam que Dilma faça um bom governo e dê continuidade às políticas sociais, econômicas e de direitos humanos iniciadas pelo ex-presidente.

Dilma está forjando seu próprio estilo de governar e nisso calou a boca dos seus detratores que a viam como uma marionete do presidente Lula.

A presidenta prestou homenagem às vítimas do Holocausto, o que comparou com as vítimas da ditadura militar, e recebeu as Mães da Praça de Maio, em Buenos Aires.

Dilma está preparando o terreno para instalar a Comissão da Verdade sobre os crimes da ditadura militar. Disso ela não vai abrir mão. E essa discussão ganhou força no governo Lula.

Lula é e continuará sendo um grande líder nacional e internacional. E só viajar para os países da Europa para se dar conta do enorme prestigio do ex presidente.

O carinho com que foi recebido, nesta semana, no Fórum Social Mundial, em Dacar, Senegal, confirma seu carisma e sua liderança.

A imprensa continuará a boicotar as viagens internacionais de Lula, como fez durante seus dois mandatos. Mas Lula não depende dessa imprensa para ser amado pelo povo, seu de outros países.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O combate de Assange no tribunal de Londres

L’express.Fr : 08/02/2011 à 13:00


Julian Assange recomeçou hoje seu combate contra sua extradição, diante de um tribunal Londrino.

Esse é o segundo dia de audiência consagrado ao julgamento do pedido da Suécia para a extradição do fundador de Wilileaks.

No tribunal nessa terça feira, Assange saudou amigavelmente seus apoiadores que compareceram em massa no tribunal.

A Justiça britânica deve se pronunciar nas próximas semanas, enquanto isso, Assange continua em detençao domiciliar em Londres.

Desde ontem a defesa tenta derrubar ponto por ponto a acusação da justiça sueca de crimes sexuais.

Hoje, diante do tribunal de Belmarsh, em Londres, um antigo procurador e hoje cronista judiciário na Suécia se interrogava sobre os fundamentos do pedido de extradição da Suécia.

Caso a Corte Suprema de Londres aceite a extradição, cabe ainda a Assange múltiplos recursos, por exemplo, diante da Comissão dos direitos Humanos da Europa.

Mulheres de Fibra acompanha atentivamente esse julgamento e torce pela liberdade imediata de Julian Assange.

O ex-presidente Lula e seus pobres

Por Dalva Teodorescu

Presidente francês François Mitterrand, muito querido e admirado pelos franceses, costumava ser alvo das críticas de muitos jornalistas.

O Jornal Le Monde era inimigo declarado, sem falar das dezenas de livros que se escrevia, anualmente, acabando com a biografia do presidente.

Um dia um jornalista lhe perguntou como percebia essas críticas. Culto e cheio de espírito, Mitterrand respondeu. “São meus pobres, eles comem no meu prato”.

O presidente Lula poderia dizer o mesmo às dezenas de jornalistas que se valem dele para escrever suas colunas.

São seus pobres! Alguns ficaram quase miseráveis durante suas merecidas férias. Outros continuaram se alimentando de migalhas, desde que falassem de Lula.

Lula volta à cena política internacional. Seus pobres ficam em alvoroço para continuar a comer de seu prato.

As mulheres à frente do movimento nos países árabes

Dalva Teodorescu

Muito se tem falado sobre o movimento pela democracia nos países árabes.

O que pouco se fala é que as mulheres, em geral oprimidas e marginalizadas da política oficial, estão à frente desses movimentos.

Gigi Ibrahin, jovem universitária egípcia lançou a semente da revolução no Egito no Facebook et Twitter, e tornou-se figura emblemática desse movimento.

Assediada por jornalistas europeus e americanos Gigi Ibrahim também registrou, através de suas fotografias, as cenas de violência no Cairo.

Hoje, 15 dias depois do início da revolução egípcia, muitos manifestantes repegaram seus trabalhos e são as mulheres e os funcionários públicos que mantêm a chama do movimento acampados na praça Tahir.

Também na Tunísia o movimento popular, que arrancou do poder o presidente ditador Zine El Abidine Ben Ali, foi, e continua sendo, fortemente liderado pelas jovens tunisianas.

O papel das jovens mulheres no movimento pela democracia, na Tunísia e no Egito, tem sido destaque em capas de revistas e manchetes, de vários veículos de comunicação da Europa.

Mulheres de Fibra se junta a eles para prestar homenagem a essas heroínas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Viva a vida Maria

Por Laerte Braga
Do Blog Juntos Somos Fortes

Milhões de cidadãos egípcios, homens e mulheres vão às ruas na capital Cairo e nas principais cidades do país, exigir a saída de um ditador cruel (existe ditador que não seja cruel?) e corrupto (existe ditador que não seja corrupto?). Hosni Mubarak o nome do general que ocupa o governo há 30 anos eleito em pleitos onde os principais partidos de oposição estão impedidos de concorrer.


Há pobreza, desemprego, barbárie policial (não é privilégio deles, existe no mundo inteiro) e cumplicidade dos militares com a ditadura (é outra característica dos “defensores da pátria” em todos os cantos do mundo, não têm compromisso nenhum com democracia, direitos humanos, liberdade, com o ser humano, são boçais em sua maioria por natureza).

Hosni Mubarak tem bilhões de dólares em bancos instalados em paraísos fiscais, estava preparando seu filho Gamal para sucedê-lo em setembro e não quer deixar o poder. A despeito das declarações públicas de figuras do governo dos EUA, inclusive do presidente branco (disfarçado de negro) Barack Obama, a favor das reivindicações populares, Mubarak é o principal aliado dos norte-americanos na região (ao lado da Arábia Saudita) e na prática, Obama fala uma coisa e Hilary Clinton, sua secretária de Estado faz outra.

Negociam uma saída que permita aos Estados Unidos manter o controle do Egito.

O povo? Que se lasque. Onde já se viu cidadãos comuns escravizados pela “globalitarização” imposta pelo conglomerado terrorista EUA/ISRAEL TERRORISMO S/A reivindicar direitos?

Pedro Bial, apresentador do programa Big Brother Brasil, décima primeira edição, irritou-se quando uma das participantes negava-se a conceder favores sexuais (digamos assim) a outro participante e que estava à busca de tais prazeres.

Os índices de audiência do programa (a praga existe no mundo inteiro) estão aquém do esperado, logo o faturamento está menor, e em sua irritação, dirigiu-se à moça determinando que ela “facilitasse as coisas” e proclamou a uma de suas heroínas – “viva a vida Maria –.

Em meio a essa ordem do cafetão do programa, o diretor Boninho (gosta de jogar água suja em mulheres que julga vadias e passam à frente de seu apartamento) esmurra a porta para exigir melhor “performance” dos enclausurados no que chamam a “casa mais famosa do Brasil”.

Na prática, na cabeça de Boninho, Bial, dos diretores da REDE GLOBO, quando alguém se sujeita a participar do programa tem que se sujeitar também a toda a sorte de cretinices e bandalheiras do programa.

“Viva a vida Maria”. Com certeza, como todo cafetão, tem um percentual na história e bem maior que o de Maria.

O que os participantes do programa não percebem é que são mortos vivos num contexto em que a televisão busca transformar seres humanos em robôs, em peças de uma engrenagem podre. Exibi-lo em jaulas através da telinha.

A um ponto tal que ex-BBB virou profissão.

Uma das razões da explosão de Pedro Bial foi o conhecimento que Maria em outras épocas fora garota de programa e um a mais, um a menos não significaria nada para ela, mas pontos preciosos na audiência do programa, do monte de telespectadores anestesiados no papel de voyeur, sob o estímulo do espetáculo degradante que a mídia privada promove em todos os cantos do mundo.

Não há moralismo nenhum nisso. Uma prostituta da Vila Mimosa no Rio, ou qualquer Vila Mimosa em qualquer canto do país terá muito mais consciência de si que Maria e dignidade que Pedro Bial. Não tem nenhuma, nem sabe o que é isso.

Barack Obama é um desses grandes engodos da história. Demagogo, vendeu a ilusão de mudanças políticas em seu país, quando na prática segue a mesma política terrorista de George Bush, ou de qualquer Ronald Reagan (sabe-se hoje que não governava nada, esteve com Alzheimer a maior parte dos seus oito anos de governo).

Se os egípcios, em sua esmagadora maioria, são muçulmanos, paciência. Aos olhos dos grandes muçulmanos são sub-gente, contrariam interesses das potências imperiais (na verdade uma só, as outras são adereços, colônias cercadas de bases militares do eufemismo que o terrorismo encontrou para “defender a liberdade”, OTAN – Organização do Tratado Atlântico Norte.)

Essa visão de sub-gente se estende a todos os povos da África, da Ásia, a latino-americanos. Tanto faz que seja o cidadão egípcio revoltado com as humilhações a que é submetido por um governo ditatorial e corrupto, ou a completa degradação da condição de humano no segundo maior tentáculo dos donos, a mídia privada.

O primeiro tentáculo são os arsenais da estupidez nuclear e das armas químicas e biológicas com que “libertam” países como Afeganistão, o Iraque, assassinam palestinos, controlam a Colombia (o tráfico de drogas é favorecido pela ação dos norte-americanos na Colômbia, o ex-presidente Álvaro Uribe é um dos principais integrantes de cartéis de traficantes).

No dia 23 de fevereiro o chanceler brasileiro Antônio Patriota vai se encontrar com a secretária de Estado Hilary Clinton. O encontro será em Washington e Patriota vai ouvir de Hilary que o Brasil só terá um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas se for um aliado incondicional dos EUA. Caso contrário, bye bye.

Patriota tem feito declarações contraditórias, algumas, como a que condenou o voto brasileiro no caso do Irã ainda no governo Lula (foi reprimido por isso, mas no governo anterior). A posição do governo brasileiro na crise egípcia foi omisso e irresponsável, contrário aos compromissos assumidos em campanha pela presidente Dilma Roussef.

A não ser que aconteça alguma surpresa, estamos passando do papel de protagonistas para o de coadjuvantes e Dilma deixando de ser Roussef e virando Serra. Dilma Serra, por mais histéricos que fiquem petistas incapazes de enxergar além do próprio nariz, ou do cargo que ocupam.

E falo do campo da política externa. No âmbito interno está retirando do baú o projeto (que Lula mandou arquivar) de privatização através de parcerias público/privado dos hospitais universitários em todo o País.

De todas essas situações e mais algumas resta uma constatação. Povos, cidadãos, seres humanos são adereços nesse jogo sórdido do capitalismo. E governantes são seres amorais a serviço de uma ordem mundial que mantém campos de concentração como a prisão de Guantánamo e se calam diante da barbárie de ditaduras como a de Mubarak.

Os cidadãos de Israel, boa parte, à revelia dos seus governos nazi/sionistas, começam a perceber que só a paz e o reconhecimento do Estado Palestino vai lhes conferir segurança e criar condições de estabilidade política no Oriente Médio.

Já saem às ruas para protestar contra o nazi/sionismo. Estão cansados de assistir seus filhos morrerem em guerras estúpidas promovidas por governos estúpidos para garantir o petróleo da grande potência terrorista, os EUA.

Na Toscana, Itália, onde mulheres pretendem protestar contra Sílvio Berlusconi (patrão de Gilmar Mendes e Cesar Peluso) despejando milhares de camisinhas à porta do palácio do governo, mas na Toscana se canta uma canção assim.

“E la vida non è la morte/e la morte non è la vida/la canzone è giá finita” (“E a vida não é a morte/ e a morte não é a vida/e acabou a cantiga”).

Ou, como define Melhor Fernandes.

“Fiquem tranqüilas as autoridades.
No Brasil jamais haverá epidemia de cólera.
“Nosso povo morre é de passividade.”

“Viva a vida Maria”. Você não tem nada a ver com a dor e o sofrimento dos egípcios, nem é muçulmana (quem sabe da igreja de Macedo, se assim o for, fique mais tranqüila ainda, basta dar dez por cento ao chefe, ela aprova e garante o reino dos céus).

Siga os conselhos do cafetão. Você vai ser chamada de heroína.

Já os corpos estendidos nas praças do Cairo serão definidos como “radicais intransigentes”, “terroristas” e eles contam que você vai acreditar nisso, afinal, segundo William Bonner, o “o nosso telespectador é como Homer Simpson”. Um idiota.

O único projeto de Obama que não deu certo foram as cantadas em Angelina Jolie. Segundo jornalistas norte-americanos já passaram de dez e a atriz responde simplesmente não.

O resto é jogo de cena e os egípcios se não “entenderem” a importância de se submeter, paciência, vão pagar o preço da democracia na teoria de Madeleine Albright. No mercado do terrorismo norte-americano são duzentas mil crianças mortas à míngua como conseqüência de um bloqueio econômico ao Iraque, isso no governo Clinton.

“Viva a vida Maria”. No final quem sabe Maria ganha um milhão.

Recordar é viver: FHC, lembra desse dia?

Encontrei este vexame no Blog do Paulinho. Como dizem por aí, estou com a maior VA (vergonha alheia).
Aos desavisados: era esse o plano de renovação que o PSDB tinha para o Brasil...

Egypt Burning

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Mulheres: "ajudem o PSDB a não ser um partido só de homens", disse FHC.

Por Daniela

O Eduardo Guimarães postou hoje um texto falando de como o PSDB incrivelmente ainda aposta na burrice das pessoas. Claro, uma evidente projeção da falta de capacidade desse partido em compreender a realidade atual do brasil e do mundo. Análise certeira do blogueiro. Mas esta blogueira aqui nem se abalou em irritar-se com o programa já que ao ouvi-lo ontem no rádio caí na risada enquanto cozinhava no sossego da minha microcozinha. Ia ouvir um Bob Marley, mas resolvi "ok, pelo blog, vamos ouvir o programa". No fim, acabei me divertindo muito. Mais engraçado ainda quando recebi do Stanley o e-mail que originou o post anterior. Além de ser risível, o programa começa imitando um comercial da Nextel. Hilário.

Confesso que ao ouvir as primeiras palavras de FCH naquele auditório ridículo (mais um recurso fake como a favelinha cenográfica) quase entrei na indignação, mas a seguir da primeira pergunta não deu outra: caí na gargalhada.

Divido agora com os leitores as pérolas mais recentes de FHC e a seguir o vídeo de prova do crime. Reparem que em alguns momentos no auditório tem gente que tb não se agüenta e ri...

"O PSDB foi fundado para renovar o Brasil (...) seguindo as regras do comportamento ético"

A primeira questão: " Presidente, Qual é o papel das mulheres na democracia brasileira?"

Lá pelas tantas, FHC: "mas elas têm um salário menor, isso é inaceitável (...) Participem, é preciso que as mulheres sejam mais ativas (...) ajudem o PSDB a não ser um partido só de homens (...) um partido onde as mulheres tenham um papel relevante". Atentem para os pressupostos: as mulheres é que estão passivas (Meu Deus, que mundo ele vive!?!), o PSDB é um partido só de homens, as mulheres não têm um papel relevante nesse partido"... (por que será?)

A segunda questão: "o sr. acha que a liberdade de expressão deve ter algum limite?"
Eles estão tão sem assunto que tentam ressucitar aquela fofoca sobre Zé Dirceu, lembra? Causo de setembro 2010, Confira aqui.
Pelo jeito, só o que eles sabem fazer é fofoca mesmo, vejam a terceira questão:
"Presidente, o Governo Lula decepcionou mais o político Fernando Henrique ou o sociólogo Fernando Henrique?"
Já estão partindo do princípio que o Gov. Lula foi decepcionante. Deve ter sido mesmo só para esses dois: o político FHC e o sociólogo FHC... tanto que ele admite:
FHC: "até certo ponto os dois. Diria que mais o político. Porque do ângulo da sociologia o Brasil mudou. Houve avanços na sociedade, novas camadas estão participando da política, e isso não começou no Governo Lula, ele acentuou. Então isso é bom. Agora, eu conheci o Lula no ABC, em São Bernardo, o Lula inovador, dizia que era preciso, a CLT tinha que ser liberada, que os trabalhadores precisavam ter uma nova forma de relação, um sindicato mais independente, um plano de reformas, precisavam mudar o Brasil. Ele não fez isso. Eu acho que ele foi conservador, ele aceitou muita coisa que não era boa de aceitar".

Como?
Quem, então, mudou o Brasil?
Qual partido mesmo?
Quem é o conservador da história?
Quem é que "aceitou muita coisa que não era boa de aceitar"?

Numa coisa ele acertou: "do ângulo da sociologia o Brasil mudou"... mas do "ângulo da psicologia" o Edu está certo: só pode ser uma projeção! HILÁRIO, só gargalhando... Divirtam-se:

Programa do PSDB praticamente plágio do Nextel...

Enviado por Stanley Burburinho

Acho que faltou originalidade na criação do vídeo do PSDB. Compare os dois vídeos abaixo:

Programa Nacional do PSDB http://www.youtube.com/watch?v=WSZnXCqmGnU&feature=player_embedded#

Nextel - Quero http://www.youtube.com/watch?v=Gvgds9aeJYQ&feature=related

A partir de dica do @jcruzeta

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Por que temer o espírito revolucionário árabe?

Do site Carta Maior

artigo de Slavoj Zizek


O que não pode deixar de saltar aos olhos nas revoltas Tunísia e Egito é a notável ausência do fundamentalismo islâmico. Na melhor tradição democrática secular, as pessoas simplesmente se revoltaram contra um regime opressivo, sua corrupção e pobreza, e demandaram liberdade e esperança econômica. A sabedoria cínica dos liberais ocidentais - de acordo com os quais, nos países árabes, o genuíno senso democrático é limitado a estreitas elites liberais enquanto que a vasta maioria só pode ser mobilizada através do fundamentalismo religioso ou do nacionalismo - se provou errada.


Quando um novo governo provisório foi nomeado na Tunísia, ele excluiu os islâmicos e a esquerda mais radical. A reação dos liberais presunçosos foi: bom, eles são basicamente a mesma coisa; dois extremos totalitários - mas as coisas são simples assim? O verdadeiro antagonismo de longa data não é precisamente entre islâmicos e a esquerda? Ainda que eles estejam momentaneamente unidos contra o regime, uma vez que se aproximam da vitória, a sua unidade se parte e eles se engajam numa luta mortal, frequentemente mais cruel do que aquela travada contra o inimigo comum.

Nós não testemunhamos precisamente tal luta depois das eleições no Irã? As centenas de milhares de apoiadores de Mousavi lutavam pelo sonho popular que sustentou a revolução de Khomeini: liberdade e justiça. Ainda que esse sonho tenha sido utópico, ele levou a uma explosão de criatividade política e social de tirar o fôlego, experiências de organização e debates entre estudantes e pessoas comuns. Essa abertura genuína, que liberou forças de transformação social então desconhecidas, um momento no qual tudo pareceu possível, foi então gradualmente sufocada pela dominação do controle político e do establishment islâmico.

Mesmo no caso de movimentos claramente fundamentalistas, é preciso ser cuidadoso para não perder de vista o componente social. O Talibã é usualmente apresentado como um grupo fundamentalista islâmico que impõe suas leis pelo terror. No entanto, quando, na primavera de 2009, eles tomaram o Vale de Swat no Paquistão, o The New York Times noticiou que eles arquitetaram "uma revolta de classe que explora profundas fissuras entre um pequeno grupo de ricos donos de terra e seus inquilinos desprovidos de um chão". Se, ao "se aproveitar" dos apuros dos agricultores, o Talibã estava criando, nas palavras do New York Times, "um alerta sobre os riscos ao Paquistão, que permanece sendo largamente feudal", o quê impediu os democratas liberais do Paquistão e dos Estados Unidos de, da mesma forma, "se aproveitarem" desses apuros e de tentarem ajudar os agricultores sem terra? Ocorre de as forças feudais no Paquistão serem aliados naturais da democracia liberal?

A conclusão inevitável a ser delineada é que a ascensão do islamismo radical sempre foi o outro lado do desaparecimento da esquerda secular nos países muçulmanos. Quando o Afeganistão é retratado como sendo o exemplo máximo de um país fundamentalista islâmico, quem ainda se lembra que, há quarenta anos atrás, ele era um país com uma forte tradição secular, incluindo um poderoso partido comunista que havia tomado o poder lá sem dependência da União Soviética? Para onde essa tradição secular foi?

É crucial analisar os eventos em andamento na Tunísia e no Egito (e no Iémen e ... talvez, com esperança, até na Arábia Saudita) em contraste com esse pano de fundo. Se a situação for eventualmente estabilizada de modo ao antigo regime sobreviver, apenas passando por alguma cirurgia cosmética liberal, isso irá gerar um intransponível retrocesso fundamentalista. Para que o legado chave do liberalismo sobreviva, os liberais precisam da ajuda fraternal da esquerda radical. De volta ao Egito, a mais vergonhosa e perigosamente oportunista reação foi aquela de Tony Blair noticiada na CNN: mudança se necessário, mas deverá ser uma mudança estável. Mudança estável no Egito, hoje, só pode significar um compromisso com as forças de Mubarak na forma de ligeiramente alargar o círculo do poder. Este é o motivo pelo qual é uma obscenidade falar em transição pacífica agora: pelo esmagamento da oposição, o próprio Mubarak tornou isso impossível. Depois de Mubarak enviar o exército contra os protestantes, a escolha se tornou clara: ou uma mudança cosmética na qual alguma coisa muda para que tudo continue na mesma, ou uma verdadeira ruptura.

Aqui, portanto, é o momento da verdade: ninguém pode arguir, como no caso da Argélia uma década atrás, que permitir eleições verdadeiramente livres equivale a entregar o poder para fundamentalistas islâmicos. Outra preocupação liberal é de que não existe poder político organizado para tomar o poder caso Mubarak parta. É claro que não existe; Mubarak se assegurou disso ao reduzir a oposição a ornamentos marginais, de forma que o resultado acaba sendo como o título do famoso romance de Agatha Christie, "E Então Não Havia Ninguém". O argumento de Mubarak - é ele ou o caos - é um argumento contra ele.

A hipocrisia dos liberais ocidentais é de tirar o fôlego: eles publicamente defendem a democracia e agora, quando o povo se rebela contra os tiranos em nome de liberdade e justiça seculares, não em nome da religião, eles estão todos profundamente preocupados. Por que aflição, por que não alegria pelo fato de que se está dando uma chance à liberdade? Hoje, mais do que nunca, o antigo lema de Mao Tsé-Tung é pertinente: "Existe um grande caos abaixo do céu - a situação é excelente".

Para onde, então, Mubarak deve ir? Aqui, a resposta também é clara: para Haia. Se existe um líder que merece sentar lá, é ele.

(*) Nota do Tradutor: o título original do livro de Agatha Christie é "And Then There Were None", conhecido aqui no Brasil como "O Caso dos Dez Negrinhos".


Referências feitas pelo autor:

http://www.blogger.com/goog_702471381
http://www.nytimes.com/2009/04/17/world/asia/17pstan.html?_r=1
Fonte: http://www.guardian.co.uk/
Traduzido por Henrique Abel para o Diário Liberdade.

José Sarney, o Fofo.

Por Dalva Teodorescu

O senador José Sarney tomou posse da presidência do Senado pela quarta vez.
Disse que era um sacrifício que fazia pelo bem da casa e que era a última vez que se candidatava.

Que Fofo que é o senador!

Guardou-se de dizer que o sacrifício era pelo povo brasileiro. Sabia que corria sério risco se o dissesse.

O povo do mundo todo, incluindo os blogueiros, anda cansado da Velha Política e exige reforma política já.

A penalização dos homossexuais na ditadura de Mubarak

Por Dalva Teodorescu

As manifestações do povo egípcio põe a nu a política seletiva de direitos Humanos praticada pelos EUA.

O país sustenta ditaduras ferozes e corruptas, africanas e árabes, que se perpetuam no poder.

O que vale para Cuba e Irã não vale para países que praticam o flagelo e a morte em homossexuais, como a Arábia Saudita, ou que adotam as leis de moralidade pública para condenar a homossexualidade, como o Egito.

Embora não exista no país uma legislação específica para condenar os homossexuais, estes podem ser punidos com até cinco anos de prisão, por imoralidade pública.

Casos de perseguição explícita das autoridades são, com frequência, relatados.

Por muito menos o presidente da Venezuela, Hugo Chaves, foi relegado ao fogo do inferno, pelo governo americano.

O Egito é apenas um exemplo onde os Estados Unidos fecham os olhos para a sua fragrante política de dois pesos duas medidas, quando se trata de direitos humanos.

"A paz, ela semeia"

Receba Mãe, esta singela homenagem das Mulheres de Fibra

PRECE PARA IEMANJÁ


Oh! Iemanjá, sereia do mar. Canto doce, acalanto dos aflitos.
Mãe do mundo tenha piedade de nós.
Benditas são as benções que vem do teu Reino.
Meu coração e minha Alma se abrem para receber as bênçãos de Iemanjá.
Mãe que protege, que sustenta, que leva embora toda dor.
Mãe dos Orixás, Mãe que cuida e zela pelos seus filhos e os filhos de seus filhos.

Iemanjá, tua Luz norteia meus pensamentos e tuas águas lavam minha cabeça.

O DÔ SEI ABÁ!


A cobertura das manifestações no Egito por jornais de TV

Por Dalva Teodorescu

Na cobertura da crise no Egito, a Globo News virou sucursal do governo americano. Os Estrados Unidos decidem, Mubarak propõe as mudanças e a Globo as repete, apoiando com fidelidade.

Depois de apoiar a continuidade de Mubarak através de eleições, noticiou que o prêmio Nobel da Paz, Mohammed ElBaradei, não teria apoio do povo para organizar um novo governo no Egito porque viveu muito tempo fora do país.

Na verdade, o premio Nobel não é um aliado de primeira hora dos EUA e critica abertamente Hilary Clintom e Washington.

Ontem, a Globo News seguiu a TV oficial Egípcia, dando ampla cobertura das cenas de pilhagens e aglomerações de apoiadores do ditador Mubarak.

Era preciso ir à BBC para ver imagens de militares sendo carregado pelo povo ao aderir à manifestação.

É impressionante ver como a TV Globo se alinha ás televisões americana nessa questão. A cobertura da crise no Egito pela emissora, contrastava com a da Rede TV, Band e Record, CNN e TV5 Monde.

O Jornal da Gazeta se alinhou com a Globo e anunciou 200 mil manifestantes no Cairo. Na BBC já no final da tarde falava-se em mais de um milhão de manifestantes.

A Band preferiu os dados da Al Jazira e anunciou dois milhões de manifestantes. A Record e Rede TV noticiaram mais de um milhão e fizeram longa e completa matéria com correspondentes locais.

O Jornal Nacional anunciou centenas de milhares, fez uma curta reportagem e preferiu dar espaço aos comentários de seu correspondente em Nova York.

A manifestação foi imensa e ocorreu em várias cidades do país. Mais importante que os números é a determinação de um povo de romper com a ditadura militar que vai bem além dos 30 anos de governo de Mubarak.

EUA negociam com o exército saída honroso para Mubarak

Por Dalva Teodorescu


A correspondente da Globo News em Israel afirmou, na segunda feira, que a melhor solução para a saída da crise no Egito e para a estabilidade da região, era o presidente Mubarak organizar eleições, e que ele ou seu filho Gamal vencesse essas eleições.

Esse era de fato o desejo de Israel e do governo americano, que desde o início da crise comanda as decisões tomadas pelo presidente Mubarak.

Foi seguindo orientação do governo Obama que Mubarak anunciou que continuaria na presidência até as eleições de setembro, e que nem ele nem seu filho seriam candidatos.

Faltou combinar com o povo, que querem a saída do presidente já. Obama reagiu rápido e agora pede a transição imediata do governo.

Hoje, os Estados Unidos não têm poder para interferir no que se passa no Egito e para sustentar a permanência de seu aliado canino. Tudo o que podem fazer é negociar com o exército egípcio uma saída honrosa para Mubarak.

O exército do Egito, desde o início da crise, trabalha em cooperação com o exército israelense no Sinai. Faz papel de mocinho apoiando o povo, o presidente e quem mais precisar.

O Egito recebe 1, 3 bilhões anualmente dos EUA destinados integralmente a fortalecer o seu exército. Um dos mais bem equipados na região, derrotou três vezes o exército israelense e, por isso, goza de grande prestígio popular, que não quer perder.

Goza também de muitos privilégios, como boas moradias e estadias de férias, salários dignos, entre outras. Privilégios que muito deve à Mubarak e que quer preservar.

Por isso a posição do exército é tão importante para o fim da crise com saída honrosa para Mubarak, como querem os EUA. E esperar para ver.

O que virá depois de Mubarak é ainda uma incógnita, mas uma coisa é certa. A força de querer controlar tudo para não perder a hegemonia no Egito, os EUA podem, ao contrário, fortalecer a resistência islâmica radial.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Editorial do blog Somos Mulheres de Fibra

Criamos o blog Somos Mulheres de Fibra com a intenção de participar do debate eleitoral de 2010. Ao término desta missão, percebemos que tínhamos encontrado um espaço para compartilhar nossas ideias, opiniões e inquietações e que essa experiência merecia ter continuidade.


Mulheres de Fibra pretende assim participar do movimento de blogs progressistas que procuram contribuir, de forma responsável, para a democratização e a pluralidade da informação e da comunicação na sociedade brasileira.

Nosso blog se apresenta como um espaço aberto a debates sobre temas diversos como política nacional e internacional, questões de gênero , atividades culturais e manifestações de diferentes categorias sociais.

Reafirmamos nosso compromisso com a social democracia: reforma agrária sustentável, redistribuição de renda, compromisso com os direitos humanos e com a defesa do Estado laico e garantidor da liberdade religiosa.

Temos a firme convicção que a defesa dos direitos humanos é indissociável do resgate da história de um povo. A questão dos mortos e desaparecidos no período da ditadura militar e da herança do período escravocrata, que justifica o sistema momentâneo de cotas, são, sem dúvida, temas que nos remetem à memória viva da sociedade brasileira.

A ausência de um sistema educacional eficiente e democrático na história do Brasil, mas também a informação seletiva e centralizada de correntes dominantes, detentoras do monopólio da informação, ao longo dos séculos, não contribuiu para o fortalecimento crítico de grande parte da população brasileira, essencial para a democracia.

Compartilhamos a ideia de que a era da imprensa tradicional, como árbitro das decisões políticas do país, chegou ao fim. Acreditamos, como Stephen Burn, que a internet transformou a relação de poder entre os formadores de opinião tradicionais e o público. Suas opiniões são importantes, mas devem estar inseridas na diversidade de debates promovidos pelas redes sociais, da qual fazemos parte.

Quando as mulheres de fibra se encontram

Por Daniela

É incrível a força que vibra quando grandes mulheres se encontram. A escolha da nação Argentina de Cristina Kirchner como destino da primeira viagem da Presidenta Dilma é de uma inteligência estratégica incrível, mas mais do que habilidade política ela mostra que Dilma já começou levando a sério os compromissos que firmou durante o período eleitoral. Prestigiar a Presidenta Cristina com a primeira visita expressa a importância da nação vizinha para nossas relações comerciais e política e, ao mesmo tempo, reafirma a nova condição econômica e geopolítica brasileiro.
Essa união é um grande passo e não é por acaso que ele está sendo dado por duas mulheres. Enquanto o Egito amarga as consequências de décadas de servilismo ao império americano, a América Latina se prepara para abandonar definitivamente a subserviência. E  Elas querem transformar tudo começando pela educação e atendimento a direitos básicos como moradia. Ah, sim, isso sem falar nas Comunicações...

Vale reproduzir artigo que li na Agência Carta Maior:

"Transformar o século 21 em século da América Latina"




Em sua primeira viagem ao exterior, a presidenta brasileira Dilma Rousseff defendeu, ao lado da presidenta da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, o aprofundamento das relações entre os dois países, condição, segundo ela, para "transformar o século 21 em século da América Latina". Em Buenos Aires, Dilma Rousseff encontrou-se com um grupo de Avós da Praça de Maio. Os governos dos dois países assinaram um plano de ação conjunta para cooperação bilateral com objetivo de massificar o acesso à internet em banda larga até 2015, por meio da melhoria na qualidade de conexão e ampliação da disponibilidade do serviço.

Yara Aquino e Sabrina Craide - Agência Brasil

Buenos Aires – Ao lado da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, afirmou que fez questão de eleger o país vizinho como destino para a primeira viagem internacional por considerar que Brasil e Argentina são cruciais para transformar “o século 21 em século da América Latina”.

“E estou falando necessariamente em transformar os povos brasileiro e argentino e também os [demais] da América Latina”, disse Dilma hoje (31) em pronunciamento à imprensa, na Casa Rosada, sede do governo argentino.

O crescimento, aliado à inclusão social dos povos dos países latino-americanos, marcou o discurso das presidentas. Dilma disse se sentir em um momento especial na Argentina e afirmou que os dois países vão aprofundar vínculos para construir um mundo melhor na região.

Cristina Kirchner disse, por sua vez, que as duas mandatárias têm em comum a visão de que a inclusão social deve ter protagonismo na condução das políticas de Estado. “Nós duas achamos que o crescimento e a soberania de uma nação devem ter como protagonista a inclusão social. O crescimento econômico só é bom se atingir a todos por meio da educação, da moradia.”

As presidentas reafirmaram a proximidade entre Brasil e Argentina. Cristina Kirchner lembrou o caminho trilhado pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Néstor Kirchner (falecido no ano passado) para aprofundar as relações bilaterais. Agora, acrescentou, elas darão continuidade a essas ações.

“Eles constituíram um relacionamento diferente que deu frutos e deve ser aprofundado como falamos na reunião que tivemos a sós. Isso deve significar também o aprofundamento da integração produtiva entre Brasil e Argentina”, afirmou a presidenta argentina. Ao final do discurso, ela ressaltou que a união Brasil e Argentina será ainda maior.

Dilma afirmou que os acordos assinados entre os dois países, durante sua visita a Buenos Aires, reforçam os vínculos já existentes e que a cooperação vai beneficiar o Brasil e a Argentina. “Abrimos um caminho de cooperação para beneficiar as economias argentina e brasileira, a fim de criar uma integração de plataformas produtivas e de construir cada vez mais o bem-estar de nossos países.”

Acordo para massificar acesso à internet

Os governos do Brasil e da Argentina assinaram hoje (31), em Buenos Aires, um plano de ação conjunta para cooperação bilateral com objetivo de massificar o acesso à internet em banda larga até 2015 nos dois países, por meio da melhoria na qualidade de conexão e ampliação da disponibilidade do serviço.

O plano prevê a implantação de dutos para a passagem de cabos e fibra ótica entre os dois países, a integração das estatais de telecomunicações brasileira e argentina (Telebras e Arsat), a associação estratégica na produção de equipamentos e a troca de informações sobre programas e políticas na área industrial que ampliem o acesso a equipamentos.

Os dois países também devem desenvolver em conjunto conteúdos digitais e interativos e trabalhar em parceria para definir mecanismos de financiamento e acesso a crédito para projetos estratégicos na área sejam públicos ou privados.

O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que integra a comitiva presidencial que está na Argentina, destacou que o acordo garante o desenvolvimento integrado de políticas na área do acesso à internet e a novas tecnologias.

Também foi estabelecida a intenção de criar um Conselho de Alto Nível, que será integrado, do lado brasileiro, pelo Ministério das Comunicações e do lado argentino, pelo Ministério do Planejamento Federal, Investimento Público e Serviços e pela Comissão de Planejamento e Coordenação Estratégica do Plano Nacional de Telecomunicações Argentina Conectada.