Por Dalva Teodorescu
Na cobertura da crise no Egito, a Globo News virou sucursal do governo americano. Os Estrados Unidos decidem, Mubarak propõe as mudanças e a Globo as repete, apoiando com fidelidade.
Depois de apoiar a continuidade de Mubarak através de eleições, noticiou que o prêmio Nobel da Paz, Mohammed ElBaradei, não teria apoio do povo para organizar um novo governo no Egito porque viveu muito tempo fora do país.
Na verdade, o premio Nobel não é um aliado de primeira hora dos EUA e critica abertamente Hilary Clintom e Washington.
Ontem, a Globo News seguiu a TV oficial Egípcia, dando ampla cobertura das cenas de pilhagens e aglomerações de apoiadores do ditador Mubarak.
Era preciso ir à BBC para ver imagens de militares sendo carregado pelo povo ao aderir à manifestação.
É impressionante ver como a TV Globo se alinha ás televisões americana nessa questão. A cobertura da crise no Egito pela emissora, contrastava com a da Rede TV, Band e Record, CNN e TV5 Monde.
O Jornal da Gazeta se alinhou com a Globo e anunciou 200 mil manifestantes no Cairo. Na BBC já no final da tarde falava-se em mais de um milhão de manifestantes.
A Band preferiu os dados da Al Jazira e anunciou dois milhões de manifestantes. A Record e Rede TV noticiaram mais de um milhão e fizeram longa e completa matéria com correspondentes locais.
O Jornal Nacional anunciou centenas de milhares, fez uma curta reportagem e preferiu dar espaço aos comentários de seu correspondente em Nova York.
A manifestação foi imensa e ocorreu em várias cidades do país. Mais importante que os números é a determinação de um povo de romper com a ditadura militar que vai bem além dos 30 anos de governo de Mubarak.
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