segunda-feira, 25 de junho de 2012

Entrevista com Manuel Castells

Uma verdadeira aula de história contemporânea que dedicamos aos eleitores paulistanos: 

Programa "A vivir que son dos días" de Cadena Ser entrevista Manuel Castells


No cenário da crise europeia, as mobilizações nas ruas e redes sociais mostram que "as pessoas estão mudando sua forma de pensar (...) e sempre as sociedades se transformam quando as pessoas alteram sua forma de pensar e, a partir daí, se colocam em movimento". Seja todo(a) ouvidos:


domingo, 24 de junho de 2012

Na disputa Maluf X Erundina quem perdeu foi a cidade de São Paulo


São Paulo, eleições municipais 2012. A bola da vez é a velha e requentada novela sobre alianças políticas polêmicas. O coro: OH! Lula e Haddad na foto com Maluf! OH!

Quem mudou? Ninguém. Esse é o problema. São Paulo mudou muito pouco, politicamente falando, é claro.

O tipo político “rouba, mas faz” que Maluf herdou de Adhemar de Barros, que herdou de... que herdou... ainda vale muitos votos. É incrível, mas o Maluf ainda tem muitos eleitores por aqui. O Maluf não mudou.

O Lula, visivelmente, não está nada confortável com a situação. Ele não mudou só por causa de uma aliança polêmica a mais ou a menos. Talvez, em São Paulo, tenha desistido, mas não mudado. Diria que se curvou a São Paulo, que não muda seus votos e, afinal, as alianças servem para angariar votos. A forma de fazer política também não mudou.


A imprensa não mudou, continua dispersando o foco das questões que interessam de fato à população.

Erundina não mudou. Manteve a sua integridade e dignidade já habituais.

Os militantes do PT também não mudaram: insistem em defender uma estratégia de campanha que é um verdadeiro tiro no pé.

Divulgar Erundina como vice e Maluf como aliado, na mesma semana, é pôr a perder os votos de ambos. Claro, os eleitores de Erundina não têm uma boa imagem de Maluf e seus eleitores; e vice-versa. É uma questão de comunicação com seus públicos-alvos. Que planejamento de marketing tresloucado é esse? Na semana que ela deveria ser a estrela do momento vem seu “arquiinimigo” posar de companheiro na foto! 

Não era a hora mesmo de “malufar” a cena. Entendo perfeitamente a rejeição dos eleitores de Erundina que conhecem a história da cidade e do Brasil. Ela, que conhece os seus eleitores, sabe que eles iriam apoiar a sua retirada. Vejam quantos votos o PT vai perder... O problema não foi a aliança, mas o momento e a circunstância em que ela se deu. O problema foi a estratégia de campanha.

Assim, a campanha do PT em São Paulo também não mudou, continua fazendo gol contra. Assim como na disputa entre Marta e Kassab quando deu um tiro no pé que culminou na vitória do adversário ao questionar o seu estado civil, para citar a mais recente. Marta não teve nada a ver com a grosseria e pagou o pato por sua propaganda carregar um preconceito que ela própria não carrega. O poder que os candidatos/líderes dos partidos têm sobre a sua campanha não é tão decisivo quanto imaginamos.

Qualquer coisa por mais um minuto na televisão, por uns votos a mais... Que desespero do PT em São Paulo! Isso não podia dar certo. Tão previsível, não sei como não enxergaram isso. Uma pena, porque a dobradinha de um ministro da educação com uma ex-prefeita cuja prioridade era de fato a educação poderia quem sabe fazer São Paulo estudar história e aprender a votar...