Por Dalva Teodorescu
Setores conservadores da sociedade brasileira estão insistindo em comparar o estilo Dilma de governar com o de Lula. Até o Financial Times, em editorial, fez a comparação, que tem sido favorável a Dilma e servido para desmerecer o ex-presidente.
Todos se lembram como esses setores se referiam a Dilma durante sua candidatura. Era o poste, a candidatura pesada, a gerentona.
Agora, já a comparam com Fernando Henrique Cardoso, quando se fala de direitos humanos e cortes em gastos públicos.
O editor Mino Carta e colunistas, como Carlos Chagas e Fernando de Barros e Silva, alertaram que essas comparações buscam antes de tudo denegrir Lula e o mostrar como um fanfarrão.
O colunista da Folha chegou a dizer que, para a elite brasileira, se o país fosse uma praia Lula seria o presidente farofeiro e, isso, ela não mais suportaria. No que ele tem totalmente razão.
Outra leitura é possível. Contrapor Dilma a Lula é, também, uma forma de a contrapor ao eleitorado do ex presidente. Aquele que, fiel ao seu pedido, a elegeu a primeira presidenta do Brasil.
Tudo é possível, quando se trata de reconduzir a elite ao poder.
Seria uma benção para os conservadores se os eleitores de Lula virassem as costas para Dilma.
Alguns já se preocupam com o tom de intriga da comparação e chamam a atenção de Dilma para o perigo de se deixar levar pelo canto dessas sereias.
Seria pouco conhecer a presidenta e sua lealdade ao presidente Lula e esquecer que Dilma é gato escaldado, conhece bem essa elite conservadora.
Na verdade, a elite conservadora nunca aceitou o ex- operário na presidência. Nunca suportou que um representante do povo, que ela abomina, se tornasse a autoridade máxima da nação.
Pior, não engoliu que esse presidente fez um bom governo e mudou o rumo do país.
Combater a intriga da elite conservadora será a nova tarefa daqueles que esperam que Dilma faça um bom governo e dê continuidade às políticas sociais, econômicas e de direitos humanos iniciadas pelo ex-presidente.
Dilma está forjando seu próprio estilo de governar e nisso calou a boca dos seus detratores que a viam como uma marionete do presidente Lula.
A presidenta prestou homenagem às vítimas do Holocausto, o que comparou com as vítimas da ditadura militar, e recebeu as Mães da Praça de Maio, em Buenos Aires.
Dilma está preparando o terreno para instalar a Comissão da Verdade sobre os crimes da ditadura militar. Disso ela não vai abrir mão. E essa discussão ganhou força no governo Lula.
Lula é e continuará sendo um grande líder nacional e internacional. E só viajar para os países da Europa para se dar conta do enorme prestigio do ex presidente.
O carinho com que foi recebido, nesta semana, no Fórum Social Mundial, em Dacar, Senegal, confirma seu carisma e sua liderança.
A imprensa continuará a boicotar as viagens internacionais de Lula, como fez durante seus dois mandatos. Mas Lula não depende dessa imprensa para ser amado pelo povo, seu de outros países.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos. Registre seu nome no "escolher perfil" e no texto da sua mensagem. Não publicamos ofensas pessoais e palavras de baixo calão. Aguarde moderação da sua mensagem.