quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A intriga ou: a comparação Dilma e Lula

Por Dalva Teodorescu

Setores conservadores da sociedade brasileira estão insistindo em comparar o estilo Dilma de governar com o de Lula. Até o Financial Times, em editorial, fez a comparação, que tem sido favorável a Dilma e servido para desmerecer o ex-presidente.

Todos se lembram como esses setores se referiam a Dilma durante sua candidatura. Era o poste, a candidatura pesada, a gerentona.

Agora, já a comparam com Fernando Henrique Cardoso, quando se fala de direitos humanos e cortes em gastos públicos.

O editor Mino Carta e colunistas, como Carlos Chagas e Fernando de Barros e Silva, alertaram que essas comparações buscam antes de tudo denegrir Lula e o mostrar como um fanfarrão.

O colunista da Folha chegou a dizer que, para a elite brasileira, se o país fosse uma praia Lula seria o presidente farofeiro e, isso, ela não mais suportaria. No que ele tem totalmente razão.

Outra leitura é possível. Contrapor Dilma a Lula é, também, uma forma de a contrapor ao eleitorado do ex presidente. Aquele que, fiel ao seu pedido, a elegeu a primeira presidenta do Brasil.

Tudo é possível, quando se trata de reconduzir a elite ao poder.

Seria uma benção para os conservadores se os eleitores de Lula virassem as costas para Dilma.

Alguns já se preocupam com o tom de intriga da comparação e chamam a atenção de Dilma para o perigo de se deixar levar pelo canto dessas sereias.

Seria pouco conhecer a presidenta e sua lealdade ao presidente Lula e esquecer que Dilma é gato escaldado, conhece bem essa elite conservadora.

Na verdade, a elite conservadora nunca aceitou o ex- operário na presidência. Nunca suportou que um representante do povo, que ela abomina, se tornasse a autoridade máxima da nação.

Pior, não engoliu que esse presidente fez um bom governo e mudou o rumo do país.

Combater a intriga da elite conservadora será a nova tarefa daqueles que esperam que Dilma faça um bom governo e dê continuidade às políticas sociais, econômicas e de direitos humanos iniciadas pelo ex-presidente.

Dilma está forjando seu próprio estilo de governar e nisso calou a boca dos seus detratores que a viam como uma marionete do presidente Lula.

A presidenta prestou homenagem às vítimas do Holocausto, o que comparou com as vítimas da ditadura militar, e recebeu as Mães da Praça de Maio, em Buenos Aires.

Dilma está preparando o terreno para instalar a Comissão da Verdade sobre os crimes da ditadura militar. Disso ela não vai abrir mão. E essa discussão ganhou força no governo Lula.

Lula é e continuará sendo um grande líder nacional e internacional. E só viajar para os países da Europa para se dar conta do enorme prestigio do ex presidente.

O carinho com que foi recebido, nesta semana, no Fórum Social Mundial, em Dacar, Senegal, confirma seu carisma e sua liderança.

A imprensa continuará a boicotar as viagens internacionais de Lula, como fez durante seus dois mandatos. Mas Lula não depende dessa imprensa para ser amado pelo povo, seu de outros países.

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