quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DO PREÇO DOS TRANSPORTES E CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL EM SÃO PAULO

Enviado por email por Juliana Borges


Olá,

Segue o Manifesto organizado pelo Comitê de Luta Contra o Aumento da Tarifa sobre o aumento do preço do transporte e contra a violência policial.

Acho que todos devem ter visto pelos jornais a repressão policial contra manifestantes e vereadores da cidade no último ato contra o aumento da passagem. O governo Kassab havia se comprometido a fazer uma reunião com o movimento para receber as reivindicações e discutir a real possibilidade de abaixar o preço da tarifa de ônibus. No entanto, como de praxe, enviou para reunião uma pessoa que não tinha poder algum sobre o debate que estava sendo feito. Logo após, a polícia agiu violentamente contra os manifestantes do ato que se realizava do lado de fora da prefeitura.

Um manifestante foi barbaramente espancado (teve costelas e nariz quebrados - se submeteu a cirurgia).

Pedimos, então, a adesão de vocês ao manifesto e que nos ajudem a coletar assinaturas e adesão de movimentos. Amanhã, quinta-feira, haverá novo ato, às 17h e vários atos descentralizados estão sendo organizados!

Abraço,

Juliana Borges


MANIFESTO CONTRA O AUMENTO DO PREÇO DOS TRANSPORTES E CONTRA A REPRESSÃO POLICIAL EM SÃO PAULO


No dia 05 de Janeiro, a tarifa de ônibus da cidade de São Paulo subiu de R$ 2,70 para R$ 3,00, valor que supera o índice de inflação do período. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) demonstrou com esta medida que o sistema de transporte da cidade favorece o interesse dos empresários de ônibus em detrimento do interesse da população.

O transporte é um direito fundamental para que a população tenha acesso a outros direitos como saúde e educação. Com esse novo aumento da tarifa, mais pessoas param de utilizar o sistema de transporte, aumentando a já gravíssima desigualdade social brasileira e contribuindo para a manutenção das péssimas condições de vida da maioria da população.

A mesma medida foi tomada pelo governo estadual de Geraldo Alckmin (PSDB), que além de manter a lógica de privatização das linhas do metrô, anunciou o novo preço de R$ 2,90, que também vale para trens e ônibus intermunicipais.

A luta contra o aumento do preço da tarifa de ônibus foi para as ruas. Foram realizadas mais de seis manifestações, uma audiência pública com o Secretário dos Transportes e a Prefeitura de São Paulo não estabeleceu um processo de negociação para a redução do preço da tarifa.

Na quinta-feira (17), seis militantes se acorrentaram nas catracas do saguão central da Prefeitura onde permaneceram durante 10 horas, quando saíram identificados pela polícia. Neste período, nenhuma negociação que tivesse poder de reversão do aumento da tarifa foi estabelecida, apesar da insistência do movimento. Do lado de fora do prédio, a manifestação passou a ser duramente reprimida pela Guarda Civil Metropolitana, que iniciou as agressões com spray de pimenta e cassetetes. Sem ameaças de ocupação da sede do governo municipal a qual protegiam, este foi o estopim da violência física.

Soldados da Polícia Militar iniciaram seu operativo avançando sobre os manifestantes. Foram utilizadas armas de balas de borracha, cassetetes, bombas de efeito moral, spray de pimenta, atingindo, inclusive, alguns parlamentares. Várias pessoas ficaram machucadas, em especial, um assistente social que foi espancado por mais de oito policiais e teve fraturas na costela, braço e nariz.

A responsabilidade dessa violência é dos governos de Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin, que, a cada dia, consolidam um processo de militarização da política em São Paulo. A repressão oficial se iniciou no próprio decreto que aumentou o preço dos transportes; e se apresentou em sua forma mais bruta, na decisão de reprimir uma manifestação pacífica.

A luta contra o aumento das tarifas do transporte passa, neste momento, a ser uma luta também pelo fim da repressão. Nós, organizações sociais, entidades, movimentos, partidos políticos, intelectuais, declaramos nosso apoio à luta contra o aumento da passagem dos transportes em São Paulo, exigindo que a Prefeitura inicie o processo de negociação e que se estabeleça o fim imediato das repressões ao conjunto do movimento. O transporte é um direito que não abriremos mão, assim como o direito de livre manifestação e expressão, que continuaremos a exercer nas ruas.

Assinaturas devem ser enviadas para o e-mail barraroaumento@gmail.com
Comitê de Luta Contra o Aumento da Tarifa

ASSINAM ESSE MANIFESTO:

Organizações políticas:
Campo Barricadas Abrem Caminhos
Coletivo Nacional de Juventude Construção
Coletivo LGBT 28 de Junho
Coletivo Vamos à Luta
Coletivo ParaTodos - SP
POR (Partido Operário Revolucionário)

Sindicatos:
Sintusp – Sindicato dos Trabalhadores da USP

Entidades:
Apropuc (Associação dos Professores da PUC-SP)
ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes – Livre)
CAPPF (Centro Acadêmico Prof Paulo Freire) - Pedagogia /USP
Centro Acadêmico Benevides Paixão – Comunicação/PUC-SP
Centro Acadêmico Livre de História - Universidade Federal de Santa Catarina (CALH-UFSC)
CA Psico PUC-SP
CONEP (Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia)
DCE Unifesp
DCE Livre da USP
ENECOS SP (Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social)
AGB- SP (Associação dos Geógrafos Brasileiros - Seção Local São Paulo)
CEGE (Centro de Estudos Geográficos 'Capistrano de Abreu')
CONEEG (Confederação Nacional de Entidades Estudantis de Geografia)

Movimentos:
Tribunal Popular: O Estado Brasileiro no Banco dos Réus
Movimento Passe Livre – São Paulo
Movimento Rugido do Leão - FEA PUC-SP

Intelectuais:
Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida – professor da PUC-SP

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