sexta-feira, 28 de maio de 2010

Apenas algumas palavras sobre o Bolsa Família

Por Daniela

Todo mundo sabe que a Bolsa Família não é uma ação puramente assistencialista.


Todo mundo sabe que a Bolsa Família não é só uma ajuda de custo para famílias de baixa renda com crianças na escola.

O Bolsa Família é um programa que ajudou a tirar milhares de famílias da linha de pobreza. Com isso ganha toda a nação em qualidade de vida e todas localidades, porque têm seu comércio aquecido. Esse dinheiro retorna para a sociedade, ele não é uma esmola eletrônica jogada no lixo como querem fazer parecer os jornalistas que fazem oposição ao governo Lula. É só o primeiro passo para construir um país menos desigual e mais instruído.

Todo mundo sabe que o Governo Lula faz mais faculdades federais, e técnicas, que todos os outros governos juntos.

Todo mundo sabe que o bolsa família não é uma ação isolada. Agora as Escolas estão aderindo ao programa que deixa o aluno lá por sete horas ou mais. De 1358 escolads participantes em 2008, já pulou para mais de 10 mil em 2010.

Todo mundo sabe. Se não sabe, está realmente muito mal informado, seria bom tomar uma providência. Se sabe, mas não fala, faz a oposição medíocre da qual fala muito bem post "Brasil, o país da oposição medíocre" de Richard, publicado neste blog.

E para quem não sabe, fique sabendo: a pioridade do Governo Dilma será Educação, com "E" maiúsculo. Pode pagar pra ver.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

O Serra está mais para loira do que para presidente

Por Daniela


Depois de dizer que a gripe suína a gente pega dos "porquinhos, mas só quando eles espirram, ou quando a pessoa chega lá perto do nariz do porco", (http://www.viomundo.com.br/tv/os-absurdos-de-serra.html) veio algo pior, bem pior.
Resolveu sair dizendo que ia acabar com o Mercosul. Essa foi de amargar e o silêncio da grande mídia foi mais bandeiroso possível com aquele que tentam proteger.
Aí, quando a gente acha que não tem coisa pior pra se dizer, lá vem ele ironizar as relações Bolívia e Brasil dotando de uma entoação de desprezo a expressão "governo amigo" e termina dizendo que a Bolívia é cumplice com o narcotráfico.
A repercussão nos blogs começou, Dilma e Marco Aurélio Garcia já manifestaram preocupação dizendo que tal comportamento não condiz com o que se espera de um candidato à Presidência da República.
Quem assistiu, no link acima, sua fala sobre os Chineses no Encontro da Indústria com os Presidenciáveis também se chocou com certeza com a forma desrespeitosa com que falou dos chineses. Parece que ele está querendo imitar a informalidade que só o Presidente Lula consegue. Parece que ele quer ser popular, simpático, quer fazer seu público rir, mas ele definitivamente não consegue. Devia parar de tentar.

Lendo o blog do Nassif, topei com a indicação de um vídeo feita por Krishna. É a repercussão fora do Brasil:

(veja o link: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/27/o-exterminador-da-politica-externa/#more-64051)




Agora, todos estão se perguntando como seria a política externa caso Serra vencesse as eleições. Isso, gente, sem contarque o pré-candidato disse à Veja que toda a vida dele se preparou para ser presidente.
Eu só estou esperando a próxima pataquada do pré-candidato para estampar no Mulheres de Fibra. Aposto que ela não demora a chegar.

A blogosfera contra Noblat

Por Daniela

Nosso seguidor e colaborador Richard, cujo post de ontem neste blog tocava no assunto da mais nova polêmica instaurada na blogosfera: Ricardo Noblat, um comentarista político que se afirma neutro, provocou a Justiça a agir para cassar a candidatura de Dilma. Os inernautas do Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, reagiram agressivamente ao fato. Noblat não quer admitir que tenha se manifestado em favor de um candidato em detrimento do outro.
Segundo Brizola Neto, Noblat "terminou o post com uma informação sua e uma conclamação ao golpe."
(ver: http://www.tijolaco.com/?p=15601).
O debate pegou fogo e o comentarista polítco anda agora em diversos blogs comentando os posts que falam sobre ele. Ótimo sinal de que ele se importa com a própria reputação profissional.
Vamos ver se ele assume um partido, posição que seria mais honesta, ou se volta atrás e procura um pouco mais de isenção, se isso for possível.
Vamos reproduzir aqui o debate entre Noblat e Richard e, depois, o debate entre Brizola Neto e Noblat.

1. O post "Brasil, o país da oposição medíocre" de Richard Jakubaszko, em seu blog:
http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/05/brasil-o-pais-da-oposicao-mediocre.html

Recebeu o seguinte comentário de Noblat:

Noblat disse:
"Eleição não se ganha apenas no voto. Você pode roubar votos e ganhar uma eleição. Ela não será legítima. Você pode desrespeitar a lei, extrair vantagens disso e ganhar. A eleição não será legítima.A legitimidade dela decorre do respeito à lei. Foi a Justiça quem multou Lula quatro vezes por fazer propaganda antecipada da candidatura de Dilma. Ela, e somente ela numa democracia, pode declarar legítima ou não a eleição de quem quer que seja. Recentemente, a Justiça cassou o mandato de 3 governadores - Maranhão, Tocantins e Paraíba. Fora os cassados e seus partidários do peito, não vi ninguém dizer que a Justiça havia aplicado um golpe. Quase sempre a Justiça é vítima de golpes. E também de sua própria lerdeza, miopia e comprometimento. Não interpretem o que digo como uma defesa da cassação da candidatura de Dilma como estão fazendo por aí blogueiros de aluguel, pessoas oportunistas ou equivocadas. Porque não é. Tenho horror a cassações. Porque é o voto popular que vai para o lixo quando isso acontece. Mas da mesma forma tenho horror à ilegalidade. No passado, senti seus efeitos na pele. E não gostei."

Richard respondeu:

"lamento discordar, eleição se ganha no voto, sim. Não valeria se fossem votos roubados, lembra do Proconsult?.

Já as multas são hipócritas, fruto de uma legislação mais hipócrita ainda, porque "politicamente correta", e vc sabe disso melhor do que ninguém.
O que me irritou mais em seu post foi o seu "incentivo" e a leviandade de chamar a justiça de covarde, por não ter coragem de punir, ou por não julgar, ou por não tomar atitudes. Se tivesse horror, como vc diz, a cassações, não deveria proceder dessa forma publicamente, haja vista sua notoriedade. Abusou do poder, meu caro, até porque as "infrações" às leis têm sido feitas pelos dois lados. Mas vc "acusa" apenas um dos candidatos.
Lamento ainda informar que é notória a sua parcialidade em questões políticas, mas teima em se proclamar como neutro."

Noblat e o Tijolaço:

Vamos ver o texto de Brizola Neto sobre o post de Noblat:
(ver: http://www.tijolaco.com/?p=15601).


"As vivandeiras dos tribunais

Falei há pouco do perigo que representa a entrevista à Folha de S. Paulo da vice-procuradora geral da República no sentido de ameaçar o jogo eleitoral legítimo e de açular o espírito golpista presente em determinados setores da sociedade brasileira, e que sempre se manifesta quando enxerga oportunidades de virar o jogo a seu favor.


Pois bastou a entrevista ser publicada para que as vivandeiras do tribunal, aquelas que antes estimulavam a ação dos quartéis e hoje procuram incitar as Cortes, se alvoroçassem. Alertado por uma comentarista do Tijolaco.com, fui ao blog do Noblat, que reproduziu parte da entrevista e terminou o post com uma informação sua e uma conclamação ao golpe.

A informação do jornalista de O Globo é de que para dois ministros do TSE ouvidos por seu blog “há abusos suficientes para ameaçar o registro da candidatura de Dilma”. O mais espantoso, porém, é a frase seguinte com uma constatação ofensiva ao tribunal, que claramente incita uma atitude golpista. “Mas falta ao tribunal coragem para tomar qualquer medida mais drástica a esse respeito.”

Hoje, o presidente do PSDB, disse que a eleição será “uma batalha campal”. Ontem, o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, disse que será “uma luta sangrenta”.

Não, não, senhores, será uma eleição, pacífica e democrática, onde o que mais importa é saber a vontade do povo brasileiro.

Manifestações desta natureza, servindo-se de declarações “espontâneas” de ministros do TSE, entrevistas imprudentes e a permanente judicialização da campanha por parte da oposição alimentam teorias conspiratórias de um golpe em curso nos moldes de Honduras. Uma manifestação clara da mais alta corte eleitoral tranquilizaria a nação e nos devolveria a impressão. que o processo eleitoral segue sem sobressaltos e que o resultado das urnas será respeitado em nome da maturidade da democracia brasileira.
Inflelizmente, só há silêncio diante da insolência."


Hoje, Brizola Neto fez um post específico para a resposta de Noblat, que foi a mesma em Richard, só com um parágrafo a mais, sobre Brizola, como segue:

http://www.tijolaco.com/?p=15982

"Noblat e o Tijolaço

Por Brizola Neto

Destaco, por ser uma pessoa notória, o comentário que este blog recebeu do jornalista Ricardo Noblat. Foi reproduzido no corpo do post “As vivandeiras dos tribunais”, onde registrei sua opinião – expressa, porque veio com a observação “comentário meu” no seu concorridíssimo blog. Ele se dirige a mim de forma correta e respeitosa, e sabe que terá de mim o mesmo tratamento, espero.


Reproduzo sua opinião, que é essencialmente o conteúdo de um post que faz, sem mencionar meu nome.

Caro deputado Brizola Neto: Eleição não se ganha apenas no voto. Você pode roubar votos e ganhar uma eleição. Ela não será legítima. Você pode desrespeitar a lei, extrair vantagens disso e ganhar. A eleição não será legítima. A legitimidade dela decorre do respeito à lei. Foi a Justiça quem multou Lula quatro vezes por fazer propaganda antecipada da candidatura de Dilma. Ela, e somente ela, pode declarar legítima ou não a eleição de quem quer que seja. A Justiça cassou o mandato de 3 governadores – Maranhão, Tocantins e Paraíba. Fora os cassados e seus partidários do peito, não vi ninguém dizer que a Justiça aplicou um golpe. Geralmente a Justiça é vítima de golpes. E também de sua própria lerdeza e miopia. Não interprete tudo isso que digo como uma defesa da cassação da candidatura de Dilma. Porque não é. Tenho horror a cassações. Como tenho horror à ilegalidade. Por último: conheci muito seu avô. Ele chegou a me sondar para ser deputado federal pelo PDT do Rio quando fui demitido do Jornal do Brasil menos de uma semana depois da eleição do presidente Collor. Nem por isso deixei de criticá-lo quando defendeu a prorrogação do mandato do último general-presidente da ditadura. E quando tentou salvar Collor do merecido impeachment. Desejo-lhe sucesso como deputado. Se tiver herdado metade da coragem do seu avô, o senhor poderá ir longe.”

Com o respeito que merecem os anos de experiência política que Noblat tem a mais que eu, ouso discordar de algumas coisas que afirma.

Eleição se ganha, sim, no voto, e apenas no voto.

“Você pode roubar votos e ganhar uma eleição. Ela não será legítima. Você pode desrespeitar a lei, extrair vantagens disso e ganhar. A eleição não será legítima. A legitimidade dela decorre do respeito à lei”

Quem rouba votos ou extrai vantagens eleitorais do desrespeito à lei não ganha, frauda. Se meu avô não tivesse desmontado a fraude da Proconsult o que haveria não seria uma vitória, mas uma fraude.

Foi a Justiça quem multou Lula quatro vezes por fazer propaganda antecipada da candidatura de Dilma. Ela, e somente ela, pode declarar legítima ou não a eleição de quem quer que seja."

As decisões judiciais devem ser respeitadas, mas nem por isso são incriticáveis. Muito menos quando assumem uma invasão judicial no campo da política. É minha opinião pessoal, e a de muitos brasileiros, que o presidente Lula manifestar sua preferência por Dilma, sem pedir votos, faz parte da legitimidade democrática. É uma manifestação pessoal que, a meu ver, ele não apenas pode como deve fazer, para que os brasileiros se esclareçam. Isso é totalmente diferente de valer-se do cargo para fazer campanha pedindo votos ou empregando nisso recursos públicos.

A menção ao seu blog se deveu à observação que nele fez, frisando que era sua opinião pessoal, que faltava “ao tribunal coragem para tomar medidas mais drásticas” contra a candidatura Dilma. Noblat é um profissional traquejado o suficiente para saber que isso é sua avaliação, subjetiva, e que dizer que o Tribunal não tem coragem de tomar uma medida mais drástica é uma expressão muito forte, quase que uma cobrança por uma decisão, coisa que eu mesmo jamais usei para com o Poder Judiciário, no meu legítimo exercício de criticar decisões ali tomadas.

O jornalista Ricardo Noblat, que é, sem dúvida , um dos grandes formadores de opinião deste país, está convidado por mim a fazer o mesmo tipo de julgamento, dada sua imparcialidade, sobre o uso indevido do tempo do Dem para veicular discursos de Serra e a mesma intenção, anunciada hoje nos jornais, de fazer o mesmo com o tempo do PTB, segundo Roberto Jefferson. Os elementos – o vídeo, a transcrição e o texto expresso da lei 9096 estão todos aqui à disposição.

Com o horror à ilegalidade que diz – e acredito - ter, seria de todo produtivo que fizesse um exame dos fatos que exponho aqui. E que não são interpretações, são objetividades da letra da lei. Certamente, uma observação peremptória como a que fez em relação a Dilma poderia ajudar a abrir os olhos de nossa Justiça Eleitoral para os atropelos que há ali. E deliberados, planejados, com a coordenação de um marqueteiro.

Quanto a suas observações sobre atitudes de meu avô, não as vou discutir aqui. Com toda a certeza, teremos oportunidade de conversar sobre elas.

E como é titular de um blog, muito mais visitado que o meu, sabe bem Noblat a dificuldade e os limites de controlarem-se comentários. Por isso, não abrirei este post a eles, para evitar acirramentos de ânimos. Os meus, pessoalmente, estão pra lá de serenos, o suficiente até para agradecer de coração os seus votos de sucesso."

Carta à Jovem Pan

Por Dalva Teodorescu

Segundo pesquisa nacional relizada pelo Ipesp em outubro de 2009, 61% dos entrevistados não confiam no noticiário político do rádio contra 25% que confiam.


Hoje, pianotando os noticiários matinais de rádios ouvi do apresentador do Jornal da manhã da rádio Jovem Pan que " José Serra criticou Dilma Rousseff, mas a Ministra fugiu do debate".

Será que esse povinho da JP acredita mesmo que o povo é bobo ou que só ouvem eles? Todo o noticiário sobre a sabatina salientou que não se tratava de um debate e que a candidata do PT não pode dar a réplica porque por sorteio ela falou primeiro.

É por isso que apesar da mídia a ex-ministra cresce e periga ganhar do PSDB e da mídia como Lula ganhou da mídia em 2006 e como Eduardo Paes ganhou a prefeitura do Rio contra a Globo.

A JP se omitiu e não noticiou que 61% dos entrevistados pelo Ipesp em nível nacional não confiam no que seus comentadores quando se trata de política.

Na era da multiplicação dos meios de comunicação e da Internet a JP fica como mentirosa e manipuladora de opinião.

Heródoto entrevista professora para "confirmar" o que o Serra disse sobre o Evo, mas esconde que ela é opositora do presidente boliviano.

Por Stanley Burburinho

1 – A CBN (Heródito) está fazendo um contorcionismo enorme para tentar limpar a barra do Serra depois da besteira que ele fez ontem no Rio quando disse em entrevista à rádio Globo que o Evo Morales é conivente com o tráfico de drogas.


Eu ouvi ontem a tal entrevista que o Serra começa dizendo: “ – O Rio de Janeiro não produz cocaína(...) vem de fora", mas não cita a cracolândia de São Paulo.

Hoje procurei na CBN o áudio da entrevista de ontem e fui surpreendido porque a fala do Serra foi retirada do meio da entrevista. Reparem no link abaixo que dos 46s (quando deveria começar a fala do Serra depois da “deixa” (cue) da jornalista) até os 49s não existe áudio algum até a jornalista reiniciar a fala (fiz uma cópia do áudio):

“Política - José Serra diz que governo boliviano é cúmplice da entrada de cocaína no Brasil

http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/politica/2010/05/26/JOSE-SERRA-DIZ-QUE-GOVERNO-BOLIVIANO-E-CUMPLICE-DA-ENTRADA-DE-COCAINA-NO-BRASIL.htm

2 – Hoje no programa do Heródoto, para confirmar o que o Serra disse, ele entrevistou a professora Jimena Costa Benavides que é licenciada em Ciências Políticas pela Universidad Mayor de San Andrés que confirmou o que o Serra havia dito ontem sobre a conivência do Evo com o tráfico.


Acontece que o Heródoto omitiu o fato de que a tal professora é opositora do Evo e ano passado ela foi candidata à presidência da Bolívia:

“Bolivia: Jimena Costa presenta su candidatura a las presidenciales Costa fue presentada como candidata por la agrupación ciudadana Fuerza Emergente por Bolivia"
Infolatam
La Paz, 24 de agosto de 2009 (...)”

http://www.infolatam.com/entrada/bolivia_jimena_costa_presenta_su_candida-15652.html

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Brasil, o país da oposição medíocre

Por Richard Jakubaszko

de seu blog: http://richardjakubaszko.blogspot.com/2010/05/brasil-o-pais-da-oposicao-mediocre.html

Há um cheiro de merreca brava no ar. A blogosfera atuante, como o blog comprometido e alinhado do colega Noblat, vejam lá
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2010/05/25/abusos-ameacam-eleicao-de-dilma-diz-procuradora-294421.asp 


vai mostrando o quanto está engajado na campanha eleitoral, mas sempre de forma dissimulada.
A grande mídia contemporânea travestiu-se de oposição. Porque inexiste oposição, porque "a oposição no Brasil é continuísta", oposição que não bate no governo, porque faltam argumentos, porque esqueceram-se de ter ideias, porque não existe comprometimento, porque a oposição tem medo de perder votos, o que acaba acontecendo cada vez que se critica um governo com ampla aprovação dos eleitores.  
Tudo é muito medíocre, é o estado do politicamente correto. Prometem apenas um vago e abstrato "vamos fazer melhor". Como é que vão fazer melhor? Se não sabem criticar é porque não possuem autocrítica, se não percebem o errado, ou não têm coragem de criticar, é porque não possuem ideias, nem projetos, apenas desejam voltar ao poder, ah! o doce poder...

Assim, a oposição (leia-se mídia) auto-constituída "bate" no governo conforme suas conveniências, noticia-se que a candidata do governo "infringiu" normas da lei eleitoral, pode até ser impugnada a candidatura aos "olhos da lei", o fato é manchete, mas o texto reconhece lá no finalzinho da matéria que os demais candidatos da oposição também infringiram "a lei", a lei que não é somente lei, mas um conjunto de normas hipócritas, vejam que pode ser candidato, o candidato é reconhecido e aceito, sai no programa eleitoral veiculado na TV, fazem debate público diante de empresários, mas não pode dizer que é candidato, isso é proibido, assim como é proibido alguém investido de algum cargo público dizer que apoia tal candidato.

Ah! Meu Brasil, País das hiprocrisias sacramentadas, em que a oposição e a mídia, tais como inocentes escoteiros, imaculados e imberbes, se investem da autoridade imaginária da alta magistratura e julgam, condenam, influenciam, jogam gasolina à fogueira dos procuradores oposicionistas, insatisfeitos, que criam novos factoides midiáticos, renovando a eterna ciranda de denúncias, que a mídia inteira repercute. 

Ah! País de medíocres homens midiáticos, engajados, comprometidos, tradicionais oposicionistas, pois se "Hay gobierno, soy contra".
Oposicionistas: apresentem novas ideias, façam propostas de coisas novas, mostrem projetos ao invés de criticar as águas turvas, ou desmerecer as uvas verdes, ao pretender e tentar desqualificar fatos, de negar o óbvio. O Brasil vai ganhar muito com novas ideias.
Que se faça oposição neste País, de forma construtiva, renovadora, que se acabe com o excesso de mediocridade e que se defenestre o politicamente correto, caso contrário nem teremos segundo turno, e isto será muito ruim ao País, algo próximo da unanimidade, o estágio mais elevado da burrice.

Faço também minha a campanha de Brizola Neto: o voto!




terça-feira, 25 de maio de 2010

O acordo com o Irã e o desafio à tutela de Washington

Brasil e Turquia decidiram fazer um contrapeso aos 30 anos de tolice americana na relação com Teerã


Por GRAHAM E. FULLER, GLOBAL VIEWPOINT - O Estado de S.Paulo

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100525/not_imp556280,0.php
 
Se Washington acredita que agora enfrenta complicações para obter a aprovação de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das ONU, essa não é nem a metade do problema. Muito mais importante do que isso é a sutil mudança nas relações internacionais introduzida pelos gestos de Brasil e Turquia.


Essas duas potências de médias proporções acabam de desafiar a tutela de Washington na definição da estratégia nuclear em relação ao Irã e seguiram uma iniciativa própria para persuadir o país a aceitar um acordo. Além de inteiramente independente, a iniciativa avançou mesmo diante dos alertas consideravelmente grosseiros feitos pelos americanos, que pediam aos países o abandono das tentativas de negociação - apesar de seus termos serem muito semelhantes aos da proposta feita ao Irã pelos EUA no ano passado. Para piorar, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, ousaram obter sucesso em suas negociações com o Irã, enquanto Washington previa publicamente seu fracasso certo (e tão esperado).

Será que os iranianos estão simplesmente envolvendo-se em outra trapaça, com o objetivo de ganhar tempo (manobra na qual são especialistas)? Ou será que ocorreu algo mais profundo? Em primeiro lugar, são importantes não apenas os termos do acordo, mas também seus mensageiros e o clima político no qual ele é celebrado.

Durante décadas, Washington relacionou-se com o Irã - quase sempre de maneira indireta - com truculência e beligerância consideráveis como trilha sonora das "negociações". Isso era considerado normal - nada mais do que a única superpotência mundial exigindo dos demais países que atendam aos seus interesses estratégicos.

Quando Lula e Erdogan foram a Teerã, o jogo foi completamente diferente. A mudança não estava no conteúdo, mas principalmente nos negociadores, no local da reunião e no clima. Desta vez, Teerã não sentiu como se estivesse fazendo concessões à pressão exercida por uma superpotência, e sim aceitando um pedido razoável feito por dois Estados considerados seus pares sem nenhum histórico de imperialismo no Irã.

Num certo sentido, o acordo estava quase destinado a dar certo. O que o Irã mais deseja é frustrar o domínio americano sobre a ordem internacional, e principalmente sua capacidade de ditar seus termos ao Oriente Médio. Se o Irã aceitasse fazer alguma concessão nas questões nucleares, não haveria melhor forma de fazê-lo do que aceitar a proposta de dois Estados bem sucedidos e respeitados. Caso Teerã recusasse a oferta, poderia devastar o próprio conceito de iniciativas independentes, alternativas e desvinculadas dos EUA na estratégia internacional. Para o Irã, uma resposta positiva a esta abordagem conjunta fazia todo o sentido.

O mesmo vale para China e Rússia. Após o sucesso obtido por Lula e Erdogan, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, proclamou imediatamente seu sucesso na consolidação do apoio de Pequim e Moscou a sanções mais rigorosas contra o Irã - uma resposta surpreendentemente insultante aos notáveis resultados das negociações promovidas por brasileiros e turcos. Afinal, estes países são extremamente importantes para os interesses regionais e globais dos EUA. Esnobá-los desta forma foi um imenso erro.

Mas será que realmente acreditamos que Hillary tenha conquistado o apoio de Rússia e China? Assim como a Teerã não faltaram incentivos para aceitar uma proposta feita por "iguais", Rússia e China também encontram motivos de sobra para aprovar esta iniciativa de Brasil e Turquia. É verdade que os termos do acordo não são sem importância, mas, para esses países, é muito mais relevante a lenta e inexorável decadência da capacidade americana de ditar os termos da política internacional e de satisfazer seus próprios objetivos. É exatamente essa a meta principal da estratégia russa e chinesa na política externa. No fim, esses países não permitirão que a abordagem de linha dura dos EUA prevaleça sobre a iniciativa brasileira e turca no Conselho de Segurança da ONU, mesmo que sejam necessários alguns ajustes do acordo obtido por Brasil e Turquia.

Polaridade. É claro que China e Rússia representam a polaridade alternativa na luta emergente para pôr fim à hegemonia americana. Mas é mais importante o fato de agora esses países testemunharem o afastamento do centro da política internacional em relação aos EUA.

Os dois países que desafiaram os desejos americanos não são meros agitadores do terceiro mundo tentando ganhar fama à custa dos EUA. Trata-se de dois grandes países considerados amigos próximos dos EUA. Isso torna sua afronta ainda mais cruel. Esses acontecimentos são profundos sinais dos tempos. O problema do poder unilateral está no fato de ele se tornar invariavelmente sujeito a tolices ocasionais na ausência de freios e contrapesos.

Os americanos acreditam em freios e contrapesos quando se trata de sua Constituição. Quando Washington entrou em sua quarta década de paralisia e incompetência no relacionamento com o Irã, ainda incapaz de nem sequer conversar com o país, essa abordagem exacerbou o problema, fortaleceu o Irã e as forças do radicalismo no Oriente Médio, polarizou as emoções e, pior, fracassou em todos os sentidos. Será que o mundo não deveria dar as boas-vindas aos gestos de dois países importantes, responsáveis, democráticos e racionais que decidiram intervir e estabelecer um contrapeso para décadas de tolice na política externa americana? É por isso que freios e contrapesos são importantes, e é por isso que o centro está se deslocando.

Talvez os "Estados renegados" - termo na moda em Washington para designar países recalcitrantes que não se submetem à linha ditada pelos EUA - possam responder melhor a novas abordagens livres das antigas técnicas imperialistas do intervencionismo e dos ultimatos. Enquanto isso, os EUA correm o risco de tornar-se seu próprio "Estado fracassado" em termos de ser capazes de exercer uma liderança internacional competente e eficaz após a queda da União Soviética. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL

É EX-VICE-PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE INTELIGÊNCIA DA CIA

Confia ou não confia na mídia

Postado por

Dalva Teodorescu

Sondagem nacional do Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (IPESP) de outubro de 2009, divulgada por Carta Capital, mostra que dos entrevistados:

61% não confiam no noticiário político do rádio contra 25% que confiam.
60 % não confiam no noticiário político da televisão contra 30% que confiam.

46% não confiam no noticiário político dos jornais contra 44% que confiam.

59% não confiam nas notícias políticas da Internet conta 23% que confiam.

86% não confiam nos marqueteiros que fazem as propagandas políticas contra 8% que confiam.
80 % não confiam nos políticos em geral, contra 11% que confiam.

Os políticos e seus marqueteiros lideram a reprovação, mas a imprensa consegue ser reprovada pela maioria dos entrevistados.

Há alguns meses o Estadão publicou uma pesquisa onde 1/3 dos entrevistados afirmavam que a imprensa era parcial e privilegiava um partido em detrimento de outros. Na época um colunista do Jornal atribuiu esse alto percentual às falas do presidente Lula que com frequência faz críticas à parcialidade da imprensa.

Agora, os resultados da pesquisa do IPEA confirmam o que todos pensam: o povo se informa pela mídia, mas ele faz sua leitura crítica dos fatos. A mídia não consegue mais, com o sucesso de outrora, manipular a opinião do povo.

As sondagens sobre intenção de voto para a presidência mostrando crescimento sustentável e contínuo da ex-ministra Dilma Rousseff confirma o pouco de influência que a mídia tem tido nos resultados das últimas eleições.

Em 2006, Lula ganhou a elição contra a mídia. Em 2008 a rede Globo perdeu a eleição do Gabeira. Humilhação que a Globo não perdoa até hoje ao prefeito Eduardo Paes e ao governador Sérgio Cabral.

Em 2010 a candidata Dilma parece estar ganhando contra a mídia, principal oposição do país ao governo do PT.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lula, o brasileiro

Pessoal,
recebido por e-mail da amiga Fernanda, registro abaixo artigo da maior importância.

Lula, o brasileiro

por Pedro Estevam Serrano

http://ultimainstancia.uol.com.br/autor.php?idConteudo=514

O acordo tripartite Brasil-Irã-Turquia tem, para nós brasileiros, um sentido histórico inegável e apenas timidamente reconhecido por uma mídia nacional, que de tamanha má vontade com nosso presidente já abalou sua credibilidade informativa com parte significativa da mídia global.

Talvez o Irã não cumpra o acordado, como afirmam as grandes potências, talvez a guerra seja inevitável. Mas há uma dimensão da situação que é certamente inescapável, como afirmam analistas e experts entrevistados pelo portal de notícias UOL. O Brasil passará a ter outro papel na geopolítica global, independentemente até de seu presidente. Estranhamente a mídia não anunciou que passávamos a ocupar um papel relevante no globo por conta também da habilidade de nosso presidente, mas agora anuncia que não dependemos mais dele para ter tal projeção.

Fazer piada com as frases inusitadas de nosso presidente tem se tornado um estranho e muito positivo vaticínio para nós brasileiros. Brincávamos com os erros de português e com a incultura monoglota de nosso presidente —como ele poderia se relacionar com líderes mundiais tendo tamanha ignorância idiomática? Pois o Lula monoglota tratou de ser o presidente brasileiro mais ouvido pelo mundo e seus líderes em toda nossa história. “O cara” como disse Barack Obama, presidente dos EUA.

Todos nós brincamos com a forma infantil, pouco técnica e até arrogante como Lula tratou a gravíssima crise econômica global que chagava ao país. “Marolinha”, disse ele, não teria o condão de descontinuar nosso crescimento. Todos fizemos da expressão uma piada, nossa mídia inclusive. Pois é, hoje, o governo está adotando medidas para conter o “super-crescimento” que ocorre este ano. Era marola mesmo.

Muitas foram as piadas sobre a forma anti-democrática como Lula se comportaria forçando com sua popularidade um terceiro mandato, embora ele negasse veementemente que adotaria tal conduta. Pois é, estamos em eleições presidenciais. Lula não concorre e se submete tranquilamente às regras do processo democrático, sem plebiscito bolivariano aclamativo e autoritário, ou qualquer outra forma de “défict” democrático. Aliás, na normalidade democrática conquistou mais melhorias sociais e integração de excluídos ao mínimo existencial que muitas ditaduras de esquerda.

Quando Lula partiu rumo ao Irã, as críticas já se apresentaram contundentes e, com elas, as piadas dos ilustrados sobre a forma singela e supostamente ignorante como Lula se referia a postura do governo iraniano na questão nuclear. Lula dizia que era importante alguém ir lá conversar com o líder iraniano.

Nenhum douto analista de nossa mídia lembrou do óbvio em diplomacia, do seu instrumento funcional mais primário: a conversa, a negociação. O velho sindicalista, habituado às mesas e rodadas infinitas de negociação em conflitos trabalhistas foi lá e marcou o nome de nosso país na principal agenda política global. E fez isso de um jeito simples, sem rococós acadêmicos ou expressões em inglês ou alemão, mas pelo único meio que ainda nos resta como humanidade para construirmos a paz e evitarmos a guerra: a conversa.

No dia seguinte ao acordo histórico, o primeiro dessa envergadura que teve o Brasil como protagonista, o “Estadão” noticiava em manchete que o líder turco roubou a cena de Lula ao anunciar o acordo. Estranha forma de selecionar o relevante na informação para formar a manchete. Forma isenta de se expressar, não?

O Brasil não é uma potência militar, não somos uma sociedade belicosa, nunca precisamos contar com grandes poderios militares para nossa defesa. O Brasil tem crescido muito economicamente, mas ainda é um país pobre, sem presença pujante na economia global. Não é por conta de nosso potencial bélico ou nossa riqueza econômica que passamos a figurar como protagonistas de questões políticas mundiais.

Temos assumido, por obra de nossa economia em crescimento e de nossa diplomacia “lulista”, um inegável papel de liderança na América Latina que coloca o país no centro do debate global. Por diversas e diferentes razões, projetamo-nos como país protagonista no plano global. Mas uma dessas razões nossa mídia resiste imensamente em reconhecer: a indiscutível habilidade diplomática de nosso presidente monoglota. O carisma insofismável de Lula é o principal ingrediente de nosso sucesso como país nas relações globais. Passamos a existir no mundo pelo jeito simples, alegre e até meio debochado de nosso presidente.

A mídia global nada mais faz que cumprir seu papel jornalístico-profissional, reconhecendo e noticiando o fato. Os principais e mais relevantes veículos de todo o mundo, com destaque nunca antes dado a um presidente brasileiro, reconhecem o papel invulgar de Lula no momento político internacional. Nossa mídia por vezes de forma sutil, outras vezes nem tanto, parece querer a cada passo desmerecer suas conquistas e, com isso, perde a oportunidade de ganhar em qualidade ética de jornalismo e, ao mesmo tempo, de noticiar um momento histórico singular que passamos como nação em toda sua riqueza.

Setores de classe média paulistana, que integro e convivo em meu cotidiano, adquiriam uma visão de tal forma parcial e ideologicamente antipática a nosso presidente que, como é comum dizer, “se Lula andasse sobre as águas diriam que ele não sabe nadar”.

Sempre culpabilizamos nossos políticos por nossa pequenez como nação, mas talvez desta vez o mesquinho nos habita. Pela primeira vez em meu quase meio século de existência, vejo nosso país sendo admirado e querido pelo mundo. Falta ser querido um pouco mais por nós, brasileiros de classe média. Afinal, fomos nós, mais que Lula ou qualquer outro, que construímos esta nação. Nós somos os vitoriosos.

Mais que ninguém a classe média é a base de nosso sucesso como país, fomos nós, consumidores brasileiros, que fizemos o grande maremoto da crise global virar marola local. Nenhum banco, governo ou organismo internacional nos ajudou. Nós confiamos em nossa economia, em nossa criatividade, em nossa capacidade de gestar futuro e esperança. Sem enfrentamentos violentos. Nós preferimos driblar o “alemão” da crise, parafraseando Garrincha.

Lula e seu governo tiveram erros imensos. A demora em apresentar um plano de direitos humanos, fazendo-o em momento inoportuno, a ausência de ousadia em radicalizar conquistas sociais universalizando direitos fundamentais, a falta de uma crítica mais contundente ao autoritarismo cubano, uma administração medíocre de nossos problemas de infraestrutura e muitos outros.

Mas nenhum desses erros tem o condão de empecer o que resulta da mais antiga piada quanto a Lula na Presidência. Eu mesmo, por diversas vezes, fiz piada com a famosa frase de nosso presidente “nunca antes em nossa história”.

Pois é, hoje, sem piada, afirmo, no mesmo sentido do proprietário da empresa de pesquisa Ibope que, independentemente do resultado de nossa eleição presidencial, nunca antes em nossa história tivemos um presidente tão relevante como Lula. E digo mais: relevante para nossa dignidade como nação.

Acho até que Lula não é apenas o mais importante presidente de nossa história, mas talvez seja um dos mais relevantes brasileiros de nossa história. Parafraseando a Obama, Lula é “o” brasileiro.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O acordo não cumprido

O acordo não cumprido

Dalva Teodorescu

Todo mundo, ou quase todo mundo, acreditava que o Irã não ia cumprir o acordo sobre seu programa nuclear assinado com mediação do Brasil e Turquia. Ninguém pensou um minuto que seriam as chamadas potências nucleares e membros permanentes do conselho da ONU, mais a Alemanha, que não iriam respeitar o acordo. Pior, as potências nem mesmo se interessaram em ler o acordo. Apressaram-se em dizer que ele não valia porque não seria respeitado.
A Secretaria de Estado dos Estados Unidos Hillary Clinton virou a mesa e convocou de urgência uma reunião dos membros permanentes da ONU. Segundo correspondente de Paris da Band News, Mme Clinton teria argumentado que a diplomacia americana estava ameaçada com a iniciativa dos emergentes Brasil e Turquia. Teria dito ainda que se os cinco membros permanentes da ONU não reagissem rápido, os emergentes iriam criar um grupo paralelo ao conselho de Segurança. Foi esse argumento que teria levado a China a apoiar as sanções contra o Irã depois de ter dito que apoiaria o acordo.

Dialogo de surdo 1: As potencias nucleares têm suas bombas nucleares e outros pequenos países também têm, alguns poucos confiáveis como o Paquistão. Israel também tem a bomba, mas é confiável aos olhos dos USA.

Dialogo de surdo 2: As chamadas potências não enxergam no movimento dos emergentes uma nova configuração global da distribuição de força e influência entre os países. Na verdade elas não querem saber da nova ordem mundial. Muito menos de alterar o Conselho Permanente da ONU.

A verdade é que o governo Obama ficou numa saia justa. O acordo não é diferente daquele apresentado pelo presidente americano ao Irã há poucos meses atrás. O público interno nos USA esta cobrando uma posição do governo americano para não deixar o Brasil tomar posições na frente dos USA na questão nuclear do Irã.
A imprensa internacional, mesmo aquela mais conservadora que critica a forma como o Brasil participou do acordo, a exemplo do Wall Estreet Journal, reconhecem que o presidente brasileiro foi mais eficiente que Obama nessa questão.
Por outro lado, o lobby de grupos petroleiros com interesses em ter controle hegemônico na região do golfo pérsico, próximo dos republicanos, mais o lobby de grupos pró Israel exercem forte pressão para as sanções contra o Irã.

Analistas brasileiros reconhecem os ganhos do presidente Lula e do Brasil nessa questão. Embora parte da imprensa e dos ex-embaixadores em seus comentários tentam diminuir, ver mesmo ridicularizar, os esforços do presidente Lula. O presidente é um homem de coragem e de ação. Do fato insubordinado aos caprichos e interesses dos grandes. E isso que a Mme Clinton e seus aliados não suportam. Entendem que história da Bíblia onde Davi enfrenta Golias. Imagine se a moda pega no âmbito da diplomacia internacional.

Os cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU aprovaram uma nova resolução com sanções ao Irã. Mas o jogo não esta ganho. A resolução será julgada em junho. Mas encontra obstáculos na ONU, afirma hoje o Estadão. Ainda não é certo que os EUA e seus aliados conseguirão o número suficiente de votos na ONU para aprovação das sanções. Outra novidade: A presidência do Conselho de Segurança da ONU passou agora para o Líbano que não tem interesses em criar confusão com o Irã.
Nesse imbróglio não tem como negar que Brasil e o presidente Lula saíram fortalecidos.

A entrevista de Dilma

A entrevista de Dilma

Por Dalva Teodorescu

A entrevista da Dilma na segunda feira no programa do Heródoto Barbeiro, na CNN, foi um sucesso. A ex Ministra estava ótima. Muito calma e afiada nas respostas. Límpida.
As entrevistadoras foram Miriam Leitão e Lúcia Hipólito, além de Heródoto.

Nessa mesma entrevista uma semana antes, Serra perdeu as estribeiras. Foi duro com Miriam Leitão, disse que a pergunta referente à interferência no Banco Central não tinha sentido. Foi ai que o candidato disse que o Banco Central não era a Santa Sé. O mau humor do pré- candidato não agradou. Mexeu com a santa mídia.

Miriam Leitão também tentou desestabilizar Dilma Rousseff. A pergunta era sobre a o controle da dívida pública do governo. A jornalista não deixava a candidata responder as questões e cortava a sua fala a todo o momento. Dilma com muita calma pediu a jornalista. "por favor, Miriam estou tentando responder o melhor que posso sua questão" e continuou. A jornalista a cortou de novo para dizer que Dilma não concordava com a política econômica do então ministro Palocci de conter os gastos do governo. Dilma com muita calma respondeu que a jornalista estava errada no conceito porque estava falando de dados de 2005. Reiterou que todo a política orçamentária do governo teve sua assinatura.

Miriam Leitão ficou muda até o fim da entrevista. Lúcia Hipólito também. Dilma apresentava um look novo: com novo corte de cabelo e um elegante casaco azul. No final não se esqueceu de cumprimentar e agradecer as jornalistas entrevistadoras. Tudo com muita classe.

Na terça feira, pasmem! Lucia Hipólito em sua coluna diária disse que a Ministra tinha se saído muito bem na entrevista, “sem agressividade, apesar do tom professoral”. Tom professoral usado pelo José Serra, mas que não incomoda porque é o candidato que lhe interessa. O elogio deve ser anotado. Lúcia Hipólito detesta a Dilma e não perde uma oportunidade para ridicularizar as falas da ex-ministra.

O mau humor de Serra

O mau humor de Serra

Por Dalva Teodorescu

Segundo a Folha on Line "Serra demonstrou irritação durante a entrevista, concedida logo após sabatina com prefeitos. O ápice do mau humor foi ao responder a um repórter sobre a possibilidade de extinguir o Bolsa Família. "Por que a pergunta? Eu gostaria de saber a fonte. Isso é uma mentira. Vou fortalecer o Bolsa Família."
O ex-governador de São Paulo também disparou contra o governo federal. "Toda a máquina pública está leiloada entre os partidos." Para ele, as agências reguladoras viraram lugares de "apadrinhamento político" com "gente despreparada" para enfrentar questões de governo.
Aliados de Serra dizem que o ex-governador estava mau humorado esta manhã porque teve que acordar cedo. O debate com os prefeitos estava marcado para às 9 horas. Serra estava no Twitter ontem até de madrugada".

Também na entrevista com Miriam Leitão na CBN os amigos do candidato disseram que ele estava mal humorado porque a entrevista era 8 horas da manhã. Imaginem um presidente da República que trabalha quando todos dormem e dorme quando todos trabalham.

Na verdade Serra anda de mau humor desde que as pesquisas de intenção de voto mostram Dilma na sua frente. Simples assim.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Acordo Brasil – Irã – Turquia: esforços inúteis? Nem pensar.

Por Daniela

O assunto do momento, que conseguiu até dar uma desviada de atenção da disputa eleitoral, o acordo Brasil – Irã – Turquia mostra que em relação à questão nuclear as civilizações “avançadas” ainda têm muito que aprender.


Muito mais do que um acordo trilateral, comercial, mais do que colocar o Brasil entre os grandes, mais do que fazer Lula merecer um Nobel da paz, mais do que projetar ainda mais a imagem de nosso presidente, mais do que irritar as 3 grandes potências mundiais, esse acordo entre países “menos importantes” é um ato político de extrema importância para todo o planeta.

Agora as pessoas não têm mais medo de apontar e nomear os horrores cometidos atualmente por israelenses e concordar que eles são, hoje, "a grande ameaça de paz no Oriente Médio".

A grande pedra no sapato é a cultura bélica estadunidense/israelense, povos sempre aliados. Infelizmente, os EUA não aprenderam nada com os governos de Bush pai e filho.

Li muita gente dizendo que eles vão querer guerra a todo custo. Se isso realmente acontecer, o grande império em decadência não tardará a amargar as suas equivocadas decisões. Pior pra eles. Ao invés de cuidarem das próprias mazelas, que só fazem crescer, continuam de olho no petróleo dos outros.

A despeito das pirraças da imprensa brasileira mesquinha e invejosa que morre de medo do império, e puxa seu saco (leia: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/a-midia-brasileira-a-servico-dos-interesses-de-washington.html), a iniciativa segue recebendo elogios nos jornais internacionais mais importantes.

Isso porque não é possível continuar dizendo que com urânio enriquecido a 20% os iranianos vão fazer bombas atômicas. Isso, porque não é mais possível repetir a mentira “vamos invadir o Iraque porque eles têm bombas de destruição em massa, armas químicas”.

Eles podem até tentar mais uma guerra, mas nunca mais vão conseguir recuperar-se da desmoralização e do descrédito que sofreram devido às próprias ações mais que levianas: estúpidas.

Vamos assistir ao desdobramento da questão, eles vão continuar cavando a própria cova, e mesmo que deem um jeito de impedir o acordo, Brasil, Irã e Turquia já foram vitoriosos em provar para o mundo que a “guerra ao terror” é uma ficção, que não se trata de uma luta do bem contra o mal: o que está em jogo é quem quer fazer a paz e quem quer fazer a guerra.

Tijolaço pega Serra no flagra!

Brizola Neto vem postando em seu site http://www.tijolaco.com/ denúncias do uso indevido do horário eleitoral do pré-candidato Serra no estado do Ceará,e provavelmente o fato se repetiu em outros estados também. De acordo com a nossa lei, é vedada a participação de pessoa que naõ seja filiada ao partido dono do horário.
E agora, José?
Para assistir ao vídeo: http://www.tijolaco.com/?p=15004

Na propaganda, seriam essas as palavras de Serra:

“O problema principal no Brasil é a quase certeza da impunidade. Impunidade que cresce, inclusive, segundo a renda das pessoas.

Se o trabalhador precisa cumprir a lei, o prefeito, o governador, o presidente da república, os ricos, todos têm essa obrigação, de cumprir a lei.
Nenhum brasileiro vai estar acima da lei, por mais poderoso que seja."
 
Nesse também: http://www.tijolaco.com/?p=15023
 
A fala do pré-candidato é uma gozação com o eleitor?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Professor Luis Pinguelli Rosa dá banho no André Trigueiro em entrevista na Globonews

Por Stanley Burburinho

Na entrevista do Professor Luis Pinguelli Rosa ao Jornal das Dez da Globonews, o jornalista André Trigueiro fez a primeira pergunta e, achando que tinha jogado uma casca de banana para o professor, o jornalista estampa um sorriso enquanto aguarda a resposta do Pinguelli. Acontece que o professor deu uma saia justa no jornalista que não se preparou ou fez de conta que não sabia.


Jornal das Dez
Diretor da Coppe da UFRJ comenta acordo sobre o urânio do Irã
Segunda, 17/05;2010

Professor vê acordo entre Irã, Brasil e Turquia como uma porta e diz que é preciso ter disposição pela paz. Irã diz que motivo de enriquecer urânio é para utilizar para fins pacíficos e medicinais.

André Trigueiro: “ - Professor, boa noite. Se o Irã, como tantas vezes o governo daquele país já disse que quer usar a energia atômica para fins pacíficos..., qual o problema, qual o X da questão, por exemplo, para aceitar a visita dos técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica? O que está complicando o acordo internacional nesse sentido, professor?"

Professor Luis Pinguelli Rosa: “ – Bom, o Irã permite a visita... o Irã é um signatário do tratado de não proliferação. Quem não é, é Israel quem bombas nucleares... isso é um grande problema lá no Oriente Médio... eu acho que era preciso desarmar Israel e acabar com as intenções do Irã também (...)"

Stanley Burburinho envia mais links para o Mulheres de Fibra

Pessoal,

continuando a pesquisa de ontem, nosso colaborador, Stanley, enviou mais links pra gente sobre o acordo Irã, Brasil e Turquia.

Jabor: Lula inaugura o Pac do Irã:
http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/arnaldo-jabor/ARNALDO-JABOR.htm

China favorável ao acordo:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2010/05/18/china-favoravel-a-acordo-ira-brasil-turquia.jhtm

A opinião do consultor da AIEA:
http://operamundi.uol.com.br/noticias_ver.php?idConteudo=4120

Outro colaborador nosso, Rinaldo Arruda, autor da foto "Sob o céu de Brasília" também enviou pra gente um texto publicado na Carta Maior:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16599&boletim_id=698&componente_id=11710

Este vou reproduzir na íntegra:

Lula, Irã, a fome e a paz
No curto espaço de uma semana, o Brasil viu-se como protagonista em duas questões centrais para a humanidade. Primeiramente quando Lula é condecorado pela ONU com a medalha pelos esforços no combate à fome, fato que a mídia comercial escondeu, para espanto geral. Segundo porque neste final de semana o presidente do Brasil, após conseguir o apoio da Rússia para suas gestões, desembarca em um Irã ameaçado levando uma mensagem clara ao mundo: os problemas devem ser resolvidos pelo diálogo não por sanções, muito menos pela guerra, que, comprovadamente, veja-se hoje o Iraque e o Afeganistão, só trazem solução para o caixa da indústria bélica, a principal economia dos EUA. O artigo é de Beto Almeida.


Beto Almeida

Essas são duas iniciativas repletas de simbolismos, a começar pelo fato de não virem das grandes potências hoje ações concretas para enfrentar a fome e alcançar a paz. Ao contrário, vem do menino que sentiu no corpo a dor da fome e carrega consigo uma mistura de teimosia santa de Dona Lindu com a dialética do retirante.

É muito difícil fazer prognósticos sobre as possibilidades de sucesso para uma empreitada do porte desta que Lula carrega em nome do povo brasileiro, amante da paz. Querer o diálogo e a paz quando o que dá lucro é a guerra, aparentemente seria como nadar contra a corrente. Ramificações industriais complexas e lucrativas estão funcionando inteiramente e a todo vapor para sustentar presença militar estadunidense pelo mundo. A mensagem brasileira põe em cheque este poderio e sua maneira de dominar a política internacional, de impor sanções que terminam comprovando-se mecanismos que ampliam as tensões e desembocam em conflitos bélicos. Os orçamentos militares ampliam-se, sobretudo o dos EUA, que , isoladamente, supera em volume de recursos a soma dos orçamentos militares de todos os países do mundo.

As similaridades entre Brasil e Irã nesta questão nuclear, grosso modo, devem ser olhadas com muita atenção. Em 1987, o presidente José Sarney anunciou ao mundo que o Brasil havia alcançado o estágio do domínio tecnológico completo para o enriquecimento do urânio. O anúncio foi acompanhado da solene declaração de que a conquista tecnológica se destinava exclusivamente a finalidades pacíficas. Para chegar a esta conquista o Brasil percorreu um longo caminho desde o início do Programa Nuclear Brasileiro, iniciado na Era Vargas e conduzido pelo Almirante Álvaro Alberto, que não pode ser esquecido nos debates atuais. E recebeu pressões pelo desejo de sua independência tecnológica. Ao ponto de que turbinas atômicas compradas da Alemanha terem sido seqüestradas por dispositivos militares da OTAN, em 1952, no Porto de Hamburgo, antes de serem embarcadas para o Brasil. Nova pressão imperial veio quando o governo Geisel firmou o Acordo Nuclear com a Alemanha. O recado era claro, bastando para isto lembrar declaração de Henry Kissenger, então secretário de estado dos EUA: “Não permitiremos o surgimento de um novo Japão abaixo da linha do Equador”.

O Irã sofre hoje pressões pelas quais o Brasil já passou. Muito embora atenuadas, aparentemente, quando o governo FHC, erroneamente em em costumeira posição de vassalagem diante do império, assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, dispositivo que não é cumprido à risca praticamente por ninguém. Os que são armados continuam super-armados - e armando-se com novas tecnologias - e os desarmados que se contentem com a ilusão de que não correm os riscos de transformarem-se em torresmo. Claro, desde que renunciem para todo o sempre a qualquer pretensão de desenvolvimento tecnológico nesta área. Mesmo que para finalidades exclusivamente pacíficas, o que não é respeitado por algumas das grandes potências que querem ditar as regras para os outros, mas não para si.

Mídia vassala

Tanto quando do anúncio da conquista tecnológica nuclear brasileira, em 1987, como agora, a grande mídia internacional, controlada pelos anunciantes enraizados em algum ramo da indústria bélica - como também a mídia comercial nativa - revela sua desconfiança editorial. O resumo da ópera é que o Brasil, o Irã e outros emergentes, não devem sequer pretender soberania tecnológica. E que o mundo fique como está.

Curiosamente, nesta semana que antecedeu a visita de Lula ao Irã tambem foram divulgadas matérias propositalmente descontextualizadas condenando o Brasil por vender armamentos para regiões de conflito. Nem uma informação de que o Brasil tem participação residual neste mercado bélico, menos de 0,5 por cento. E claro, nada sobre o estágio de desarmamento unilateral que nos foi imposto pela era da privataria, um verdadeiro serviço prestado às nações que ampliam suas intervenções militares para além fronteiras. E pelas suas imensas riquezas estratégicas, ninguém duvida que o Brasil é alvo. Tal situação começa a ser corrigida com a nova Estratégia Nacional de Defesa que visa recuperar o indispensável em nossa indústria bélica e até mesmo com a compra de equipamentos militares seja da França ou da Rússia, o que é providencial. Fica revelado que quando a mídia colonizada questiona a posição do Brasil em defesa do direito do Irã de avançar em seu desenvolvimento tecnológico soberano para fins pacíficos é porque, no fundo, também questiona o direito brasileiro de alcançar sua independência tecnológica, seja na área nuclear ou em outras. Ou seja, é clara a subordinação editorial desta mídia aos interesses imperiais ditados pelos grandes anunciantes vinculados à fabricação de armas.

É por isso que os maiores absurdos são divulgados de modo distorcido e importantíssimos fatos são sonegados de modo escandaloso. Querem que o Irã se submeta a ditames externos. Sem qualquer comprovação, afirma-se que o Irã está fabricando bombas nucleares, tal como a mídia difundiu quando o Brasil passou a dominar a tecnologia de enriquecimento de urânio. Mas, por que sequer cogita-se uma inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica nas instalações nucleares de Israel? Monumental hipocrisia! Por que sequer cogitam-se sanções a Israel pelo descumprimento, com desprezo, das Resoluções da ONU sobre a Questão Palestina?

Vargas e Mossadeg

Não é simples o desafio de Lula e na altura que escrevemos esta análise ele ainda não chegou pela primeira vez a Teerã, provavelmente a primeira visita de um presidente brasileiro lá. Guardadas as enormes diferenças históricas e culturais entre os dois povos, há elementos comuns. Os mesmos interesses que conspiraram contra o nacionalismo de Vargas e o levaram ao suicídio, também conspiraram para derrubar , em 1953, o governo de Mossadeg, general nacionalista que também como no Brasil havia estatizado o petróleo iraniano. Instalou-se em Teerã, com o apoio o imperialismo petroleiro, uma das mais sanguinárias ditaduras que o mundo conheceu, a do Xá, derrubada apenas em 1979 pela Revolução Iraniana que novamente estatizou o petróleo e outros segmentos importantes da economia, com monumental apoio popular. O curioso é que quando o Xá Reza Pahlev ainda estava no poder sob o controle do imperialismo anglo-saxônico, teve início um programa nuclear iraniano, então interessante para Washington e Londres. Só que esqueceram-se de combinar com as massas revolucionárias iranianas que varreram aquele regime despótico.

Na sua dialética de retirante Lula teve que fortalecer a teimosia de Dona Lindu e enfrentar obstáculos gigantescos, verdadeiras penas de morte do cotidiano, até chegar onde chegou. Tudo poderia parecer inalcançável, tanto agora para muitos parece ser impossível alcançar uma saída para esta crise que ameaça o Irã por meio do diálogo, sem sanções e sem guerra.

O Brasil, muito embora seus governos conservadores, é um país que tem história de posicionamentos independentes contra esta ideologia das sanções. Na década de 70, o Brasil enfrentou o embargo ocidental contra o Iraque que havia acabado de nacionalizar sua economia. Em boa medida o Brasil tem, legitimamente, desobedecido o descabido bloqueio imposto ilegalmente pelos EUA contra Cuba, e, mais que isto, lá tem instalado empresas estatais, realiza obras de infra-estrutura e, sobretudo, cooperando na produção de alimentos e com o envio de toneladas de alimentos ao povo cubano que teve sua economia devastada pela mais recente furacão. O Brasil votou sempre corretamente na ONU em questões emblemáticas como a autodeterminação do Timor Leste, do direito ao Estado Palestino. O Brasil reconheceu e apoiou o governo revolucionário de Agostinho Neto, em Angola, mesmo quando a guerra ainda a intervenção imperial dos EUA-África do Sul continua matando angolanos. O episódio provocou até reclamação do sinistro Kissinger a Geisel de que o Brasil estava fazendo o jogo dos comunistas, posicionando-se ao lado de Cuba. A resposta de Geisel deveria ter servido de lição para o chanceler brasileiro que, com candura, tirou os sapatos sob a ordem de um guardinha de alfândega nos EUA: "Secretário, a política externa brasileira para a Africa nao está em debate com o senhor".

E, mais recentemente, o governo Lula foi contra a intervenção militar no Iraque e está mais que provado que sanções desta natureza não oferecem qualquer solução civilizada, humana, democrática. Prova é que o Prêmio Nobel da Paz, Barak Obama, acaba de enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão, e as encomendas para a indústria bélica nos EUA seguem avançando, seja em mísseis ou em urnas mortuárias para os jovens estadunidenses voltarem, quando nao voltam doidos.....

Cooperação versus sanção

O importante é destacar que o presidente que agora quer convencer o mundo de que precisamos inaugurar uma nova era de diálogo para a solução dos problemas da paz é o mesmo que está buscando desenvolver ações concretas no Brasil e em outras partes para solucionar também os gravíssimos problemas da fome. Claro está que quando se trata de vencer a guerra contra a fome, a grande mídia não tem tanto interesse em dar informações amplas. Mas, quando se trata de temas relacionados à questão bélica - vinculadas aos sórdidos interesses dos anunciantes que fabricam armas - o noticiário se agiganta. Bilhões de dólares logo aparecem para pacotes destinados a salvar bancos, mas jamais aparecem recursos para fazer uma guerra de verdade contra a fome.

Assim, de um lado está a política de cooperação internacional que instala a Embrapa na África bem como em Cuba , Venezuela e Timor Leste para ajudar na produção de alimentos. Até mesmo no Haiti a presença brasileira, reconhecida por Fidel Castro, destaca-se também por implementar obras de infra-estrutura, instalação de hospitais, inclusive com exemplar cooperação entre médicos brasileiros e médicos cubanos, que lá estão às centenas. Ou seja, enquanto o Brasil já começa a exportar também tecnologias para a produção de alimentos pelo mundo, enquanto Cuba exporta médicos e professores, os EUA seguem exportando armas e soldados.

É com esta responsabilidade e com este histórico moral da política externa brasileira que Lula pisa pela primeira vez em solo iraniano para defender, com legitimidade, o fim das políticas de sanções, o direito dos povos a alcançarem soberania tecnológica nuclear para fins pacificos, no que estará defendendo também o inquestionável direito do Brasil em avançar neste desenvolvimento tecnológico, apesar das pressões que já se fazem sentir, como informa o Ministro Sérgio Rezende, da Ciência e Tecnologia, alertando para as dificuldades brasileiras em ter acesso a determinados equipamentos no mercado mundial.

(*) Beto Almeida é jornalista, presidente da TV Cidade Livre de Brasília

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pesquisa Sensus confirma vantagem de Dilma sobre Serra

Por Dalva Teodorescu


A pesquisa Sensus que saiu nesta segunda-feira confirma vantagem de Dilma Rousseff sobre José Serra em intenção de votos.

Segundo o Instituto Sensus, Dilma registra 35, 7 e José Serra 33,2. A Folha On line insiste no empate técnico. Mas se arredondar os dados segundo regras estatísticas como fez o Estadão 35,7 vira 36 já o 33, 2 vira 33. Nesse caso existe diferença de 3 pontos e não se pode falar em empate técnico.

Na última sexta-feira, a pesquisa Vox Populi já tinha registrado vantagem de Dilma sobre Serra. Pesquisas são retratos do momento é verdade, mas como disse José Serra, é sempre melhor estar na frente e parece que a exministra chegou lá.


Para a velha mídia brasileira o acordo foi pouco

Pessoal,

nosso mais novo colaborador, Stanley Burburinho, fez uma pesquisa sobre a opinião da mídia sobre o acordo Brasil - Irã que intitulou de "Para a velha mídia brasileira o acordo foi pouco".

Por Stanley Burburinho

1 - O Globo:


Analistas do Oriente Médio são céticos sobre acordo com Irã

Plantão
Publicada em 17/05/2010 às 11h07m
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/05/17/analistas-do-oriente-medio-sao-ceticos-sobre-acordo-com-ira-916597021.asp

2 - UOL:


17/05/2010 - 10h15
Após acordo, Irã diz que continuará a enriquecer urânio a 20%
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u736183.shtml


Reino Unido diz que acordo nuclear não elimina sérias preocupações com o Irã
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u736198.shtml


UE diz que acordo nuclear do Irã não responde todas as dúvidas
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u736132.shtml

3 - Estado:


Irã vai continuar a enriquecer urânio mesmo com acordo
Anúncio foi feito pouco depois de país firmar pacto de troca de material nuclear com Brasil e Turquia
http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,ira-continuara-a-enriquecer-uranio-a-20-mesmo-com-acordo-diz-governo,552823,0.htm

Especialistas:

GUTERMAN: O 'acordo' com o Irã: ouro de tolo
http://blogs.estadao.com.br/marcos-guterman/o-%E2%80%9Cacordo%E2%80%9D-com-o-ira-ouro-de-tolo/

4 - CBN:


Internacional
Irã vai continuar a enriquecer urânio mesmo após acordo
http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/internacional/2010/05/17/IRA-VAI-CONTINUAR-A-ENRIQUECER-URANIO-MESMO-APOS-ACORDO.htm

5 – Veja:


Ameaça nuclear
Israel: 'Irã manipulou Brasil e Turquia'
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/israel-ira-manipulou-brasil-turquia-560187.shtml

11:22

Mundo: França: acordo Irã-Brasil-Turquia não soluciona problema de fundo

http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/israel-ira-manipulou-brasil-turquia-560187.shtml

11:11

Mundo: GB: Irã é sério motivo de preocupação, apesar de acordo com Brasil e Turquia
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/israel-ira-manipulou-brasil-turquia-560187.shtml

domingo, 16 de maio de 2010

Pesquisa Vox Populi: Dilma na frente de Serra

Por Daniela e Dalva Teodorescu

Nova pesquisa Vox Populi mostra Dilma na frente de Serra

1° turno:

Dilma 38%
Serra 35%
Marina 8%

2° Turno

Dilma 40%
Serra 38%

Deu nos jornais de TV ontem, sábado 15: Band, JN e Jornal da Gazeta.
Nos jornais escritos a pesquisa foi noticiada em primeira página no Estadão.

Já a Folha que se encrencou toda com a Data Folha acusando o Instituto Sensus ignorou a nova pesquisa. Para não ficar por fora de tudo noticiou na Folha On line.

Todos os noticiários destacaram o empate técnico de 2,2 reconhecido pela Vox Populi. Só que a diferença é de 3 pontos no primeiro turno e no segundo, depende, no Estadão, na pesquisa anterior, que deu empate, o Jornal arrendondou para menos.

Nós aqui decidimos não arredondar os dois decimos. Não tem empate na verdade. A Dilma já está na frente.

E salvem as Mulheres de Fibra deste País!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sobre o site de gente que só sabe mentir e fazer campanha na baixaria. Conhece?

Por Daniela

Gente


Vocês já visitaram o site gente que mente do PSDB? Grotesco é a palavra! Se bem que baixaria pior foi a Vice-procuradora rejeitar a ação do PT contra esta aberração política. Fizeram uma “pinoquioteca” com o desenho do Lula com nariz de Pinóquio. Isso é campanha eleitoral? É democracia?

Fui lá e postei um comentário na notícia “Brasil teve o maior apagão da história com Dilma”. Foi um comentário geral, para o blog, e não pela notícia, afinal, vocês sabem muito bem quem está mentindo. Só não sabe quem nasceu ontem.

Eleitor incauto: cuidado!

Eleitor novinho: Cuidado, cuidado, cuidado!

Vejam o comentário que deixei no gente que mente, vamos ver se eles publicam:

Daniela disse:

O seu comentário está aguardando moderação.

14/05/2010 às 15:26

Olha, fazer campanha eleitoral desrespeitosa todo mundo sabe fazer, jogar limpo é o que eu quero ver. Vocês conseguem? Duvido, vocês não têm argumentos, nem números, nem nada. Sabem por quê? Porque nunca antes na história desse país um presidente foi tão competente quanto o Lula. Este site só pode ser obra de muita, mais muita inveja mesmo!!!

Se eu fosse vocês iria fazer algo mais útil e digno da minha vida do que vender a alma!

Miriam Leitão: Urubóloga?

Achei um comentário mais do que interessante navegando no Blog do Nassif, na seção Fora de Pauta. Nada que a gente não soubesse, porém, destacado assim com as próprias palavras da entrevistadora fica tão evidente o seu projeto de desqualificar o Lula e, o pior, o Brasil junto. Ah, não tinha título, então, fiz um por minha conta, aproveitando o apelido que pegou na internet para Miriam.
Boa Leitura,
Daniela

Por Stanley Burburinho

A Miriam Leitão entrevistou no programa Espaço Aberto da GloboNews o novo embaixador dos EUA Thomas Shannon. Fiquei com a impressão de que ela não aprovou a indicação do Sr. Shannon.


Como sempre, ela tentou tirar a importância do Brasil e do Lula.

Só que o embaixador, se não foi prevenido por alguém sobre quem é a entrevistadora, espertamente desconstruiu todas as armadilhas feitas pela Miriam.

Até achei que o embaixador demonstrou certa irritação com as perguntas da entrevistadora.

Miriam Leitão: "Sua indicação pelo embaixador americano no Brasil demorooooouuu a ser aprovada no senado americano por pressões da oposição republicana..."

Miriam Leitão: "o que o sr. Quis dizer com “agora o Brasil e os EUA tem uma relação global além da relação bilateral”?"

Thomas Shannon: "(...) tem a ver com o fato de que o Brasil hoje é um poder global porque tem a capacidade de projetar a sua influência em parte do mundo em temas que, historicamente, o Brasil não participou. (...) Os EUA e o Brasil têm encontros em partes do mundo onde, historicamente, não existia este tipo de engajamento e do nosso ponto de vista isso é positivo. (...)"

Miriam Leitão: "Encontros e desencontros também, né embaixador?"

Miriam Leitão: "O Sr. Acha que, por que que o Brasil é... o governo brasileiro está fazendo essa demonstração pública de apoio ao governo do Irã?"

Thomas Shannon: "Eu não acho que o governo do Brasil está oferecendo apoio ao governo do Irã. Eu acho que o Presidente Lula está procurando uma maneira de levar o Irã a fazer o que deve fazer (...)"

E, como não poderia faltar: Chavés e Evo

Miriam Leitão: "O Sr. Acha que uma parte da América Latina parou no tempo?"

Thomas Shannon: "Eu acho que a AL está passando por uma fase de aprofundar a democratização (...)."

O link para a globo: http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1593154-17665,00-EMBAIXADOR+AMERICANO+FALA+SOBRE+AS+RELACOES+ENTRE+BRASIL+E+EUA.html
 
O link para o Fora de Pauta do Nassif, onde Stanley postou o seu comentário: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/14/fora-de-pauta-510/comment-page-3/#comment-1106706

Recidiva da vice-procuradora geral eleitoral Sandra Cureau

Por Dalva Teodorescu

A procuradora Sandra Cureau, a mesma que negou a representação do PT contra o blogue do PSDB gentequemente, recidiva em seu ato de parcialidade judiciária. A procuradora tucana dessa vez apresentou parecer pela proibição do programa do PT do mês de dezembro por considerar que a propaganda veiculada desrespeitou a lei dos partidos políticos.


Os procuradores são tidos como guardiãos da lei e da sociedade civil, mas a vice-procuradora geral decidiu ser gardiã dos intersses tucanos e o eleitorado que não concorda vai tendo que engolir impotente mais essa.

E ainda: hoje, Lucia Hipólito estava terrível no programa de Heródoto Barbeiro. Ela não gostou do desempenho de Dilma Rousseff no programa do PT de ontem. Mas não conseguiu de fato formular críticas contundentes porque o programa estava mesmo muito bom. Dilma muito bonita e à vontade. A comparação de Dilma com Nelson Mandela feita pelo presidente Lula irritou a imprensa e o tucanato em geral. Mas foi procedente para cortar de vez a história de carimbar Dilma como guerrilheira.

O MPE julga improcedente representaçao do PT contra o site do PSDB

Por Dalva Teodorescu

Já está ficando chato a parcialidade do Ministério Público Eleitoral nos julgamentos das representações que PSDB e PT fazem um contra o outro. O problema é que a justiça aparece como injusta aos olhos de nós eleitores. Isto porque quase sempre as representaçoes no TSE do PSDB contra o PT sao aceitas, mas raramente se observa o contrario. O TSE acata poucas representaçao do PT contra os abusos do PSDB.


A Folha on line acaba de noticiar que a vice-procuradora-geral Eleitoral Sandra Cureau opinou pela improcedência da representação do PT contra o PSDB pelo site gentequemente.org. A vice procuradora teria citado decisão do TSE que reconheceu as críticas ao governo como parte da atividade política, não sendo considerada propaganda eleitoral. A baixaria do site não foi considerada. O TSE também não viu conteúdo ofensivo nem propaganda negativa para a pré-candidata Dilma Rousseff.

Diz se com frequência que está cheio de Tucanos na mídia e eu diria que no judiciário também. Nem sempre os julgamentos do TJE são isentos de parcialidade ideológica partidaria. E isso é tristemente lamentavel para o eleitor, principialmente, mas também para o Ministério Público Eleitoral que perde a oportunidade de agir, conforme lhe é atribuido, o guardião, em ultima instância, do equilíbrio democrático no processo eleitoral.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Do Portal Carta Maior

Como já comentei neste blog, às vezes me chamam de "petista". Eu digo que não se trata de "ser petista", aliás, se fosse, eu seria filiada ao partido, coisa que não sou. Então, se defendo o governo Lula não é porque ele não tem falhas, ora, todo governo tem falhas: o que acontece é que precisamos saber quem faz o que e, sobretudo, para quem. Só depois poderemos escolher nossos candidatos. Nesse sentido, o editorial de hoje de Carta Maior, "Serra, ataxa de juros e a história" é um grande alento e fala muito melhor do que eu poderia falar. Então recomendo a leitura e a reproduzo a seguir.

Vocês podem também ir ao site da Carta Maior se preferirem:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16594&boletim_id=696&componente_id=11667

Boa leitura,
Daniela

Editorial: Serra, a taxa de juros e a História



A questão verdadeiramente estrutural que distingue Serra e Dilma é de natureza histórica, não retórica. Grosso modo, poder-se-ia condensá-la numa pergunta: desenvolvimento para quem? A resposta opõe, de um lado, os interesses mais retrógrados e reacionários da sociedade brasileira, que tem, objetivamente, em Serra seu estuário neste pleito, e, de outro, Dilma Rousseff, referência de continuidade do amplo espectro de forças aglutinadas em torno do atual governo. É isso que está em jogo nesta campanha presidencial.

Editorial - Carta Maior

José Serra critica, corretamente, a ortodoxia encastelada no Banco Central que subiu a taxa de juros em abril de 2008, quando a crise internacional já campeava solta nos mercados financeiros e requeria um ajuste de sentido exatamente oposto. O que Serra não diz –porque não pode, porque não enxerga ou porque discorda - é que sem contar com o lubrificante do juro baixo para gerar um efeito contracíclico favorável ao investimento e a demanda, o Presidente Lula não hesitou.

A contrapelo do que foi a ação do Estado brasileiro em crises anteriores, sobretudo aqueles registradas durante os oito anos em que Serra foi ministro de FHC, Lula determinou generosa ampliação da liquidez pelos bancos públicos –que ele não privatizou, mas fortaleceu, ao contrário de seu antecessor; a expansão do crédito popular –cujo volume mais que dobrou em relação ao governo tucano e hoje se aproxima de 50% do PIB; o aumento real do salário mínimo,que teve ganho real de 73% acima do INPC desde 2003; a ampliação do Bolsa Família –que a oposição até há pouco denominava de ‘bolsa-esmola’ e ‘gastança’; o financiamento de máquinas à agricultura famíliar; a ampliação dos investimentos da Petrobrás, e os do PAC, além do incentivo à construção civil, com o reforço nos financiamentos da CEF e o programa Minhas Casa, Minha vida. A enfeixar esse conjunto, uma contundente desoneração fiscal foi promovida em vários setores produtivos.

Delfim Netto, ex-ministro da ditadura militar, já havia feito a mesma crítica de Serra à política de juros do BC antes, com maior profundidade e rigor, em colunas que assina na Folha e no jornal Valor, ademais de textos nesse sentido publicados em sua página na Carta Capital. Carta Maior concordou, deu divulgação e ampliou essas críticas na época, abrindo espaço às ponderações no mesmo sentido feitas por outros economistas, à esquerda.

Nem por isso credita-se a Delfim Netto qualificações políticas para gerir o passo seguinte do desenvolvimento brasileiro na sucessão do Presidente Lula.

Não se confunda essa travessia com uma gincana de conhecimentos em macroeconomia, quesito em relação ao qual tanto Serra, quanto Delfim e Dilma Rousseff se ombreiam, sendo conhecidas também as restrições da ex-ministra à ortodoxia neoliberal, bem como seu corajoso contraponto cotidiano à orientação imposta pelo paloccismo no 1º mandato de Lula. O que está em questão nesse divisor político é mais dramático do que a proficiência retórica em capítulos básicos de livros textos de estudantes de economia. A questão verdadeiramente estrutural que distingue Serra, Delfim e Dilma é de natureza histórica, não retórica. Grosso modo, poder-se-ia condensá-la numa pergunta: desenvolvimento para quem? A resposta opõe, de um lado, os interesses mais retrógrados e reacionários da sociedade brasileira, que tem, objetivamente, em Serra seu estuário neste pleito, e, de outro, Dilma Rousseff, referência de continuidade do amplo espectro de forças aglutinadas em torno do atual governo, dentro do qual os interesses reacionários - que empalmam a candidatura José Serra - sofrem o contrapeso da enraizadora presença de movimentos e lideranças populares, incluindo-se aí o Presidente e sua base de origem.

É isso que está em jogo nesta campanha presidencial. O ferramental macroeconômico, assim como a bola, no futebol, para recorrer a uma metáfora a gosto de Lula, não decide o jogo. Quem marca ou leva gol é a equipe que conduz a bola e, sobretudo, o lugar reservado à imensa massa de brasileiros no jogo do desenvolvimento. Os que apóiam Serra sabemos o lugar que destinaram ao interesse popular sempre que empalmaram o poder como pretendem faze-lo agora, de novo, tendo à frente um personagem obrigatoriamente esquivo, dada a natureza imiscível entre o que sai de sua boca e as forças que comandam o seu destino.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

E agora, mídia?

Por Dalva Teodorescu

Gente, a mídia está louquinha com os deslizes do candidato que lhe interessa, José Serra, referente à area econômica. Imagine, o Estadão sempre defendeu a política do Henrique Meirelles, mesmo quando descia a lenha no Mantega. Agora esta pedindo esclarecimento ao exgovernador sobre sua ideia sobre o tripé da economia. Pois é, o José Serra disse que o BC não é a Santa Sé e que o presidente pode sim dar seu palpitinho na política monetária. Foi o que bastou para deixar todos em polvorosa. Hoje, o tucano recuou e disse que não vai falar mais nada para não causar outra ventania.


A semana passada o Serra tinha dito que vai mexer no Mercosul sem combinar com os vizinhos. A Argentina chiou. O Serra teve que dar explicação na mídia.

Imagine se fosse a Dilma que tiversse dito que iria mexer na política monetaria e cambial. Seria um Deus nos acuda. Já com o Serra, gentilmente se pede explicação e ele responde com seu tom PROFESSORAL que não fala mais nada e tudo fica muito bem. Tom professoral que não incomoda a midia como os chamados termos técnicos usados pela exministra Dima Rousseff.

Já Dilma multiplica suas intervenções afirmando que em time que esta ganhando não se mexe e que a política do BC foi importante para controlar a crise.

Por falar em Dilma Rousseff muita boa a entrevista da candidata do PT na revista Isto É dessa semana. Além de fala inteligente, Dilma esta muito bonita na capa e muito elegante na foto interna. Voltou ao seu estilo de mulher executiva que lhe vai muito bem.

As chacinas de moradores de rua

Por Dalva Teodorescu

Nas últimas semanas houve três assassinatos de jovens da periferia de SP pela polícia militar de SP, dois eram motoboys. O atual governador Albert Goldman repudiou os assassiantos e pediu apuração dos casos.

Ontem houve nova chacina na zona norte de São Paulo onde morrerram 6 pessoas, 5 delas eram moradores de rua que dormiam sob um viaduto e foram assassinados durante o sono. Testemunhas falam que os assassinatos foram praticados por 5 motociclistas com capacetes. O governador de São Paulo pediu investigação rigorosa e disse que "moradores de rua não importunam ninguém". O fato é que importunam muita gente e o próprio Cardeal Arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer mandou cercar toda a área que dá acesso à escadaria da Catedral da Sé para impedir que os moradores de rua durmam na escadaria da Igreja. Quão longe são os dia que Dom Paulo Evaristo Arms era arcebispo de SP e a Catedral da Sé palco de acolho aos excluídos.

Os assassiantos de moradores de rua são recorrentes. O próprio governador se apressou em dizer que os moradores de rua se matam entre eles e em geral por problemas de drogas, mas que as investigaçoes serão feitas ainda assim. Quem trabalha com moradores de rua sabe que essas investigações em geral não dão em nada. Ontem, no final do dia, todos os jornais de televisão anunciavam a chacina dizendo que o fato estava relacionado ao tráfico de drogas.

Todas as vezes que ocorrem assassinatos de moradores de rua as investigações concluem que as mortes estão ligadas ao tráfico ou consumo de droga e que os assassinatos foram praticados por outros moradores de rua. A situação de rua piorou muito na gestão do Kassab.

A polícia de São Paulo é uma das mais mal pagas do Brasil, e não sei se por isso também uma das mais violentas. O fato foi denunciado pela Anistia Internacional.

A criminalidade aumentou 23% em SP. No mês anterior, as estatisticas da Secretaria de Segurança Pública de SP já tinha registrado aumento de roubo seguido de latrocínio em SP.

O curioso é que a Folha de São Paulo anunciou o aumento de 23 % da criminalidade em SP em manchete, mas só para o público paulista. Nos outros estados usou outra manchete denunciando os gastos públicos do governo federal. Pode?

A Insegurança Pública em SP sem dúvida será um tema importante da campanha de Aloísio Mercadante para o governo de São Paulo. Não é possivel que com todo o caos que virou as áreas voltadas para o social em SP o PSDB continue no poder.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Serra é economista ou engenheiro?

Por Daniela

Acabei de ler no "fora de pauta" do Blog do Nassif, o que dois internautas colaram do Jornal da A União de João Pessoa.

Segundo conta, Serra parece não ter registro como economista, nem sequer bacharelado. O mesmo acontece com seu "título" de engenheiro.

Veja no segundo e terceiro comentários: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/2010/05/11/fora-de-pauta-507/

Será que ele vai se manifestar sobre isso?

Quem tem medo da Dilma? Eu tenho medo é do Serra!

Por Daniela


Outro dia, um taxista me falou: “você não tem medo da Dilma?”. Eu até ri: medo por quê? Eu não, eu tenho medo é do Serra.

Pronto, começava mais uma das minhas inflamadas conversas sobre PT X PSDB. Minha indignação não era com a pessoa, claro, mas com os absurdos do governo Serra-Kassab que, por terem todo o apoio da imprensa, seus horrores não vêm à tona na grande mídia.

Alguém falou que os sem-teto ficaram mais de uma semana acampados na frente da prefeitura em SP?

Se você acompanhar a blogosfera, eu disse a ele, você vai saber de coisas incríveis. Daí passei a desfilar os problemas da nossa cidade e do nosso estado que anda pra trás enquanto todo o Brasil melhora incrivelmente.

É que paulista não percebe. Eu amo minha cidade natal, mas a maioria dos paulistas e paulistanos, infelizmente, se acha superior em comparação aos brasileiros dos outros estados. Acha que está perdendo e fica com raiva do governante errado.

Na visão desse pessoal que pensa que é elite, baiano é vagabundo e preguiçoso; mineiro é devagar, carioca esperto demais e o resto... Que resto? Norte e nordeste é uma coisa só. Centro-Oeste não existe e o sul é só o Rio Grande do Sul: dos gaúchos por aqui só vemos ser contestada a sua masculinidade, ou então, dizer que são grosseiros.

E os paulistas? Como são? Como se comportam nos outros estados?

O infeliz plano do PSDB paulista de “sãopaulizar” o Brasil vai, ainda bem, de mal a pior.

Mesmo assim, é mais que necessário avisar avisar avisar. Sabe por quê? Porque se não o xuxu vai vencer para o cargo de governador e aí, pessoal, aí a coisa vai ficar realmente perigosa aqui no Estado.

Já falamos e demos referências sobre os assuntos enchentes em SP e sobre o tratamento truculento de Serra dado aos professores em greve no estado. Procurem o post “Estou otimista mas ainda tem gente que me tira do sério” neste blog. Preferimos não repetir o assunto e deixamos um pouco mais para frente a divulgação da lista Serra (desmantelando) X Lula (construindo), aguardem. Tem muito assunto: lixo, transporte público, superfaturação das obras do Metrô e do rodoanel, verbas exorbitantes para propagandas que anunciam para o estado obras financiadas com verba federal, o desrespeito com a população mais pobre, os misteriosos incêndios em favelas, as tributações estaduais – as mais caras do Brasil – e seus desvios de verba. Dalva já falou aqui também da viagem em campanha eleitoral de Serra paga com verba pública. Bom, gente, vou parar que a lista parece não ter fim!

Assim, o meu colega taxista – que bem sabe o caos que essa cidade ficou em fins de 2009 e início de 2010 – começou a pensar até que disse: “é mesmo, na época da Marta, eu via, no meu ponto na Largo Paissandu, o caminhão lavar a rua todo santo dia. Hoje só tem sujeira e cheiro de urina”. Que bom! esse entendeu!

É essa a cidade que queremos?

Eu tenho muito medo do que o PSDB/DEM está fazendo em São Paulo. Imagine só o que eles vão fazer com o Brasil.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Uma fofoca contada contada por Carlos Chagas

Por Dalva Teodorescu

Por volta das 6 horas da manhã, o jornalista Carlos Chagas, ferenho crítico de tudo que pode lembrar o presidente Lula, e nem falar então da pré-candidata petista Dilma Roussef, confidenciou que cerca de três semanas o exministro Márcio Thomas Bastou organizou em sua casa um jantar com Dilma Rousseff, o patrão da Folha de São Paulo, Otávio Frias Filho e o patrão da revista Veja, Roberto Civita. O encontro foi sigiloso. Não se sabe o que ali foi discutido.


Nada se falou se o dr. Ruy Masquita e o Sr. Roberto Irineu Marinho foram convidados para o jantar. O fato é que não estavam presentes.

Mas eu queria ser mesmo uma mosquinha para saber o que foi falado nesse jantar.

A Globo e o Estadão se dobram diante dos evangélicos

Por Dalva Teodorescu

Agora é fato. A rede Globo de Televisão e o Jornal O Estado de São Paulo sempre prontos a atacar os evangélicos, qualquer que seja a ocasião, se calaram sobre o evento que reuniu mais de 100 mil evangélicos em Santa Catarina e que prestigiou o pré-candidato José Serra como um verdadeiro presidenciável. A organização do evento foi inteiramente paga com os cofres do Estado e da Prefeitura, ambos governados pelo PSDB. Cerca de 800 mil foram gastos. Uso de dinheiro público e da máquina governamental para promover eventos de promoção religiosa ou política é crime.


Sim, mas como dizia George Orwel “todos somos iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.

A Folha de São Paulo denunciou o escândalo. Isto a Folha tem feito. Já o Estadão e a Globo não viram nada. Nada. Nada. Num silêncio de morte sobre o evento pouparam os evangélicos de suas críticas mordazes e, assim, o crime por abuso de bem social praticado pelo pré-candidato tucano. Afinal, como criticar os evangélicos se desta vez agiram para homegear o candidatos que os interessa?

Justiça eleitoral em debate

Por Dalva Teodorescu

Por falar em justiça eleitoral assiti a um debate no programa Entre Aspas de Mônica Waldvogel na Globo News entre o advogado Alberto Rolo e um membro do TSE, Luis Carlos dos Santos Gonçalves, que me deixou de boca aberta. A apresentadora insistia em saber se poderia ser passível de aplicação de multa a presença da pré-candidata Dilma Rousseff e o presidente Lula. Existiam, segundo a apresentadora, indícios de propaganda subliminar no modo como o presidente se referia a quem deveria lhe suceder no comando do país. Os debatedores insistiam em falar que a lei era ridícula, mal feita e que deveria ser mudada, mas era a lei, resultado de uma minirreforma eleitoral feita no ano passado. Antes era ainda mais esdrúxula nossa lei eleitoral. Mônica Waldvogel voltava à ilegalidade do ato da exministra e do presidente. Tinha envolvimento do dinheiro do sindicato. Depois de muito debate a jornalista perguntou se o fato do exgovernador José serra ter ido a um ato dos evangélicos em Santa Catarina, pago com dinheiro do governo estadual e municipal, se era passível de multa. Os dois debatedores responderam juntos, quase eco, num salto, dizendo que nesse caso era muito pior, era crime, porque era uso de verba do governo que é dinheiro público. Lembrou que o ato foi inteiramente pago com dinheiro público. Não se sabia se o PT ou qualquer cidadão tinha entrado com representaçao contra o PSDB no Ministério Público. Monica calou, como quem tinha ultrapassado a barreira do permitido e com sutileza mudou de assunto. O assunto voltou na discussão, mas a jornalista tomou o cuidado de nomea-lo “o acontecimento de Santa Catarina”. Nunca mais se falou no ato evangélico nem em Serra nem em PSDB. Fiquei imaginando o quanto deve ser frustante para qualquer profissional, principalmente o jornalista que tem por função primeria o compromisso em trazer informação à populaçao, ter que abrir mão da honestidade e da ética com a qual certamente foi formada, para satisfazer compromissos patronais que vão muito além da lógica ideológica e partidária.

Justiça eleitoral nega representação do PDSB contra o Sensus

Por Dalva Teodorescu

A Justiça eleitoral não aceitou pedido do PSDB de aplicação de multa ao Instituto de pesquisa Sensus. O STE considerou que não houve qualquer irregularidade no registro e no prazo de divulgação da pesquisa que apontou empate técnico. De acordo com Carta Capital, a guerra entre os Institutos de pesquisa começou bem antes da divulgação dessa pesquisa em encontro reunindo os diretores dos maiores institutos. A Datafolha já tinha atacado a Vox Populi e o Instituto Sensus olhava a briga de camarote achando que ele seria a terceira opinião, longe da briguinha dos dois. Doce ilusão. A Datafolha partiu para o ataque da segunda Instituição e tentou desqualificar as duas pesquisas.


Agora a Sensus foi inocentada pela Justiça eleitoral. Os opinadores dos jornais televisivos e da imprensa escrita que tanto alardearam as denúncias do PSDB contra o resultado da pesquisa Sensus agora soltam uma notinha bem discreta. O silêncio da mídia e da oposição (o que é a mesma coisa) é de regra nesses casos, saudamos então as notinhas de final de cadernos.