sexta-feira, 7 de maio de 2010

Justiça eleitoral em debate

Por Dalva Teodorescu

Por falar em justiça eleitoral assiti a um debate no programa Entre Aspas de Mônica Waldvogel na Globo News entre o advogado Alberto Rolo e um membro do TSE, Luis Carlos dos Santos Gonçalves, que me deixou de boca aberta. A apresentadora insistia em saber se poderia ser passível de aplicação de multa a presença da pré-candidata Dilma Rousseff e o presidente Lula. Existiam, segundo a apresentadora, indícios de propaganda subliminar no modo como o presidente se referia a quem deveria lhe suceder no comando do país. Os debatedores insistiam em falar que a lei era ridícula, mal feita e que deveria ser mudada, mas era a lei, resultado de uma minirreforma eleitoral feita no ano passado. Antes era ainda mais esdrúxula nossa lei eleitoral. Mônica Waldvogel voltava à ilegalidade do ato da exministra e do presidente. Tinha envolvimento do dinheiro do sindicato. Depois de muito debate a jornalista perguntou se o fato do exgovernador José serra ter ido a um ato dos evangélicos em Santa Catarina, pago com dinheiro do governo estadual e municipal, se era passível de multa. Os dois debatedores responderam juntos, quase eco, num salto, dizendo que nesse caso era muito pior, era crime, porque era uso de verba do governo que é dinheiro público. Lembrou que o ato foi inteiramente pago com dinheiro público. Não se sabia se o PT ou qualquer cidadão tinha entrado com representaçao contra o PSDB no Ministério Público. Monica calou, como quem tinha ultrapassado a barreira do permitido e com sutileza mudou de assunto. O assunto voltou na discussão, mas a jornalista tomou o cuidado de nomea-lo “o acontecimento de Santa Catarina”. Nunca mais se falou no ato evangélico nem em Serra nem em PSDB. Fiquei imaginando o quanto deve ser frustante para qualquer profissional, principalmente o jornalista que tem por função primeria o compromisso em trazer informação à populaçao, ter que abrir mão da honestidade e da ética com a qual certamente foi formada, para satisfazer compromissos patronais que vão muito além da lógica ideológica e partidária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos. Registre seu nome no "escolher perfil" e no texto da sua mensagem. Não publicamos ofensas pessoais e palavras de baixo calão. Aguarde moderação da sua mensagem.