quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Sobre a Iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani

Por Dalva Teodorescu

O Comitê internacional contra a lapidação e as execuções (CIAS) rejeita, com apoio de documentos, a acusação contra a Iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani de ter participação no assassinado do marido.

Sakineh foi condenada por adultério, conforme a Sharia, lei islâmica e cumpriu sentença recebendo 100 chibatadas. Horror medieval contra as mulheres muçulmanas.

Apesar de ter cumprido sentença, no dia 11 de julho Malek Ezhder Sharifi chefe da magistratura da provincial do Azerbaïdjan oriental (local de origem da mátir), remeteu a sorte de Sakineh ao chefe do poder judiciário o ayatollah Sadegh Larijani, explicando que a iraniana tinha sido condenada à morte por adultério e também por assassinato do marido.

O que implica aplicação da pena de morte à maneira medieval: por apedrejamento.

Muitos países como USA, China e Irã, entre outros, praticam a pena de morte.

Mas não é comum ver casos em que chefes de estados intercedem pelos condenados à pena de morte.

O Presidente Lula intercedeu no caso oferecendo asilo humanitário à iraniana, reconhecendo que é sentença mais que cruel é bestial.

No mesmo dia a iniciativa de Lula ganhou repercussão internacional e apoio da imprensa e organismos de defesa dos direitos humanos. O Irã de início se negou a atender o pedido de Lula.

Ontem a TV iraniana mostrou suposta confissão de Sakineh admitindo o seu crime. Segundo a imprensa a péssima qualidade da gravação não permite reconhecer a iraniana, mas seu advogado afirma que se confissão houve foi sobre tortura.

Relações comerciais com governos que não respeitam os direitos humanos são praticadas por todos os países ocidentais. Essa não é a questão aqui.

É notório que a China nesse ano praticou mais execuções inclusive por crime de opinião que o Irã. Mas a China não mexe com os interesses americanos e por isso ninguém se importa com sua barbárie. Também existe tolerância com a tortura praticada em Guantánamo pelos USA.

Isso não nos impede de condenar os atos de barbárie que muitos países árabes, assim como o Irã, praticam com suas mulheres.

O ato de repúdio da companheira pelos maridos, se valendo de argumentos da lei islâmica é pratica comum nesses países.

Quando existe repúdio, a mulher é devolvida para os pais, que a recebem cobertos de vergonha, e a mulher é condenada à reclusão completa, não podendo mais estabelecer nova relação conjugal. È a chamada morte civil.

O pior é que quando o rei do Marrocos se casou com uma inglesa e quis acabar com a lei do repúdio, 50% das mulheres marroquinas foram para as ruas apoiar a iniciativa do rei e as outras 50% foram igualmente para a s ruas, mais contra a iniciativa do rei.

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