quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Julgamento do Jovem Khadr é um retrocesso na era Obama

Por Dalva Teodorescu

Em plena era Obama, os Estados Unidos iniciaram ontem julgamento do jovem canadense Omar Khadr prisioneiro de Guantamano.

Hoje com 23 anos, Omar Khadr tinha 15 anos quando foi capturado pelo exército americano no Afeganistão.

Acusado de assassinato, conspiração e apoio ao terrorismo, o menor foi levado, primeiro, para a base de Bagram e depois para Guantánamo.

O júri é composto por membros da comissão militar, os tribunais de exceção criados para julgar os prisioneiros de Guantánamo.

O painel de membros da comissão militar funciona como um júri nos tribunais federais americanos. É composto por oficiais dos três ramos das forças armadas que têm poderes para interrogar as testemunhas, se o desejarem. As suas identidades não são reveladas e são identificados por números durante o julgamento.

O juiz que preside ao caso de Khadr avisou-os ontem da presença de jornalistas "na ilha" e pediu-lhes para evitarem qualquer contacto.

Os jornalistas, por seu lado, receberam ordem do juiz, por escrito, proibindo a identificação do júri e notificando que o seu não cumprimento resultaria numa "ação disciplinadora ou outras sanções".

A ONU demonstrou preocupação com o caso que fere princípios de direitos humanos, lembrando que muitas vezes crianças são cooptadas e usadas em conflitos políticos e étnicos.

Organizações de direitos humanos veem argumentando que Khadr não deveria ser julgado por ser menor à altura em que foi detido.

Alegam ainda que o material usado no julgamento é controverso em qualquer situação porque Khadr feito confissão sob tortura. Mas ele se torna ainda mais polêmico por Omar khadr ter sido preso e enviado à Guantánamo ainda adolescente.

Fora as organizações internacionais de direitos humanos, não se viu rede na internet em apoio ao advogado de defesa do jovem canadense, que viu negado seu pedindo de adiamento do julgamento.

O julgamento é considerado um retrocesso para Barack Obama que tinha por missão banir a tortura nos USA.

No Brasil, um país civilizado, isso provavelmente não aconteceria. Imagine censurar os jornalistas na cobertura de um julgamento como esse.

Já num país como os Estados Unidos tido como a maior democracia do mundo, mas adeptos de práticas obscurantistas, como a tortura na prisão de Guantánamo, tudo é possível sem chocar os civilizados ocidentais.

Defensores dos direitos humanos divulguem esse caso, que tem tido tímida repercussão na mídia brasileira.

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