segunda-feira, 14 de junho de 2010

Os jornalistas na campanha eleitoral e o bordão de Vera Rosa

Por Dalva Teodorescu

Os jornalistas são uma categoria muito especial. Eles criam tics e bordão de linguagem e depois os repetem à exaustão. Mesmo que não correspondam à verdade.


Vejam a Vera Rosa comentarista política do jornal o Estado de São Paulo. Chova ou faça sol nos palanques onde discursa a candidata Dilma Rousseff a jornalista vai concluir com um: “Dilma não empolgou”.

Já virou piada entre os apoiadores da candidata petista. Vera Rosa agrada sem dúvida o seu patrão que agradam aos tucanos, mas se desgasta como profissional. Como se desgastou Dora Kramer que conduziu uma cruzada solitária, mais bem encomendada, durante mais de um ano para convencer Aécio Neves a ser vice de Serra.

Logo depois do término da convenção petista confirmando a candidatura de Dilma Rousseff à presidência da republica, a Globo News colocou no ar comentário de jornalistas sobre o evento. Fernando Rodrigues da Folha de São Paulo foi logo dizendo que a convenção petista tinha sido mais festiva que a convenção tucana. A produção estava muito melhor, as pessoas aclamavam a candidata com fervor e que todos ali perceberam o quanto a convenção tinha sido mais organizada que a convenção tucana. Como crítica ressaltaram o discurso longo da ministra. Mais longo do que o de Serra, disseram.

Cristiane Lobo disse que a candidata Dilma Rousseff lançava sua candidatura oficial num momento muito favorável para ela por causa do favoritismo nas pesquisas, ressaltou que a festa tinha sido impecável, e que contrastava com a falta de dinheiro dos outros partidos.

Forças ocultas agiram com rapidez contra a empolgação dos jornalistas

Já no jornal da noite o tom da comentarista política da Globo tinha mudado. Disse que a festa era de Lula e que era preciso ver se Dilma podia caminhar sem Lula ao seu lado na foto que seria logo trocada pela de Temer.

A voz de fundo do jornal da Globo News que narrava o evento chegou a dizer que a Ministra leu a totalidade do discurso. Os comentários das profissionais da Globo contradiziam com as imagens mostrando os aplausos, gritos entusiasmados e bandeirolas e uma ministra discursando com segurança sem ler nada.

Hoje de manhã um jornalista da radio Jovem Pan perguntou à candidata Dilma Rousseff como ela está sentindo essa campanha diante do enorme carinho que tinha notado em seu palanque de ontem, quando os militantes tentavam se aproximar dela para manifestar seu apoio.

Nada do entusiasmo relatado por jornalistas no calor da hora apareceu nos jornais de hoje. Todos faziam coro dizendo que Lula dominou a festa.

Vera Rosa, claro, usou seu bordão preferido: “a candidata não empolgou”. Triste profissão de jornalista.

Uma justiça se deve ao Estadão: Contrariando a maioria dos comentadores políticos da Globo e da Folha de São Paulo, o jornalista José Roberto Toledo afirmou que “o discurso de Dilma foi um pouco mais curto do que o de Serra , que já tinha sido mais curto do que o de Marina. A petista falou 4063 palavras”. O cara mediu, porque não acreditar nele?

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