Por Dalva Teodorescu
A mídia, em geral, preferiu enaltecer a convenção de José Serra. Todos os jornais de TV da noite de sábado abriram com o evento tucano. Não foi o caso para a convenção da Dilma que aparecia nas chamadas, mas a matéria só vinha ao ar no final do jornal. Nenhum problema o candidato que interessa confirmar em convenção sua candidatura sem ter definido vice. Imagine se fosse o PT!
O Jornal Nacional dedicou todo o tempo necessário para o discurso de Aécio Neves, o Lula do Serra, fazer seus ataques ao governo. O sonolento Sérgio Guerra também teve seu discurso quase na íntegra no jornal da Globo. Claro que Serra o candidato recebeu todas as atenções.
Mas Fernando de Barros e Silva da Folha de São Paulo soltou a verdade em seu comentário no jornal de domingo. Segundo o colunista o discurso foi sem novidade e o ambiente mais frio do que se viu no dia 10 em Brasília, quando José Serra lançou sua pré-candidatura. Tudo parecia menos espontâneo e mais ensaiado. As pessoas uniformizadas e as bandeirinhas em sintonia davam um clima de auditório na convenção. A ponto de um mestre de cerimônia dizer: “Podem bater palma, você pode”. (Estadão revelou nas entrelinhas que o DEM pagou 20 reais por pessoas para bater palma no evento).
Ainda segundo o colunista da Folha, a cúpula do PDSB escolheu para o evento, “a quadra de um clube decadente na orla de Salvador. Essa resultou num evento de estética pobretona um tanto precária quase mambembe”. O colunista não falou do som, mas no jornal da rede TV, que tem dedicada largo espaço ao candidato José Serra, foi impossível ouvir o discurso do candidato tão ruim era o som. Pior, a voz do comentarista também estava inaudível o que obrigou o jornal a cortar a matéria.
Depois de tantos fiascos na convenção tucana, claro que jornalistas da oposição, como Ana Paula Scinocca do Estadão, iriam dizer que “petistas já viram convenções melhores”, se negando a reconhecer o sucesso da convenção petista, segundo disseram, num primeiro momento, alguns jornalistas da chamada grande mídia.
Pobre profissão essa de jornalistas brasileiros que no lugar de desenvolver o espírito crítico, próprio da profissão, sem mesmo se dar conta, quem sabe, adotam postura de vaquinha de presépio dos patrões.
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