Por Dalva Teodorescu
A proposta de um churrasco na frente do Shopping Higienópolis para protestar contra a decisão do governo de não instalar uma estação de metrô, na esquina da Avenida Angélica com a Rua Sergipe, é divertida, mas só terá efeito se for seguida de pressões concretas junto ao governo do estado.
Estudos do governo indicam a necessidade de construir ali uma estação para atender uma transumância diária de 25 mil pessoas. Por outro lado, grande parte de moradores da região apoiam a criação da estação.
Mas a Sociedade Defenda Higienópolis, que não representa a totalidade dos moradores de Higienópolis, com 3500 assinaturas, conseguiu barrar a iniciativa.
O anúncio causou alvoroço na internet, blogs e twiter, entretanto, há algum tempo o grupo vem protestando e se mobilizando contra a instalação.
Antes, movimento de moradores impediu a instalação de uma estação da linha 4 na Vila Sonia e do monotrilho ligando o Jabaquara e o estádio do Morumbi.
Agora é a vez da Avenida Angélica, nem tão “nobre” assim: velhos ônibus que dia e noite poluem a pobre Avenida, transportam as empregadas, jardineiros, escriturários, pedreiros, enfim, os trabalhadores da região e os estudantes.
O mais chocante é o governador acatar a posição de uma minoria atrasada e fora do tempo. Muitos gostam citar países da Europa e os Estados Unidos como referência de conveniência. Mas ninguém imagina um bairro nobre de Paris ou de Nova York sem metrô.
Em uma cidade com o trânsito de São Paulo, a justificativa de que “todos ali possuem carro” denuncia o pouco caso que faz aos apelos ambientalistas e aos trabalhadores que andam quilômetros para chegar ao trabalho, já cansados.
Isso vale para Higienópolis, mas também para bairros nobres dos jardins.
Além da carência de transportes que faz a grande maioria passar mais de 3 horas diárias empilhada nos ônibus para chegar ao trabalho, o que causa revolta, no caso do metrô de Higienópolis, é a forma como a reivindicação da elite é prontamente atendida pelo governo do Estado, enquanto a da massa trabalhadora é relegada.
Está na hora do governo do Estado dar um basta a esse movimento de uma parcela de moradores de bairros ditos nobres, de proibir a instalação de transportes coletivos.
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