quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Globo continua: "PF envia ao Rio grupo antiterror para investigar a vida do atirador de Realengo"

Por Stanley Burburinho


"Assassino teria ido duas vezes a mesquita no Centro"

"Segundo os agentes federais do Santer, embora Wellington não seja muçulmano e não tenha ligação direta com a religião, ele frequentou pelo menos duas vezes uma mesquita no Centro do Rio, atualmente fechada."

"Para tentar identificar possíveis membros de um suposto grupo frequentado pelo atirador, técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio, estão usando um software desenvolvido pelo FBI, a Polícia Federal americana."

"Embora seja considerado pela Constituição um crime hediondo, o terrorismo não tem tipificação penal."

TESTEMUNHO
PF envia ao Rio grupo antiterror para investigar a vida do atirador de Realengo
Publicada em 12/04/2011 às 23h40m
Antônio Werneck e Sérgio Ramalho

RIO - Apesar de tratar o caso com muitas reservas e duvidar da participação de Wellington Menezes de Oliveira em qualquer célula terrorista, um grupo de cinco agentes federais de Brasília, do Serviço Antiterrorismo (Santer) da Diretoria de Inteligência Policial (DIP) da direção-geral da Polícia Federal, desembarcou segunda-feira no Rio com o objetivo de revirar a vida do autor dos tiros que mataram 12 crianças e feriram outras 12 na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo . Os policiais estão analisando documentos, e-mails e até as imagens gravadas pelo assassino explicando o crime. Para tentar identificar possíveis membros de um suposto grupo frequentado pelo atirador, técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio, estão usando um software desenvolvido pelo FBI, a Polícia Federal americana.

Assassino teria ido duas vezes a mesquita no Centro
Segundo os agentes federais do Santer, embora Wellington não seja muçulmano e não tenha ligação direta com a religião, ele frequentou pelo menos duas vezes uma mesquita no Centro do Rio, atualmente fechada. Os agentes federais informaram que apresentaram à Justiça um pedido para ter acesso e compartilhar informações e documentos já obtidos pelos policiais civis do Rio.

Embora seja considerado pela Constituição um crime hediondo, o terrorismo não tem tipificação penal. A lei não foi regulamentada. Por isso podemos acompanhar, investigar, mas não podemos abrir inquérito.

- Não temos atribuição de abrir inquérito para investigar o caso por uma falha da legislação. Embora seja considerado pela Constituição um crime hediondo, o terrorismo não tem tipificação penal. A lei não foi regulamentada. Por isso podemos acompanhar, investigar, mas não podemos abrir inquérito - explicou um policial federal de Brasília ao GLOBO.

Técnicos do ICCE estão usando o software desenvolvido pelo FBI para recuperar as informações contidas nos computadores apreendidos na casa de Wellington. O programa Encase, fornecido pela Techbiz Forense Digital, possibilita a recuperação até de arquivos que tenham sido apagados pelo atirador. Dois dos três HDs, os discos de memória dos equipamentos, estão em melhores condições.

O terceiro HD foi parcialmente queimado e, como o ICCE não tem equipamentos para recuperar as informações contidas nele, uma empresa privada se ofereceu para tentar ajudar no caso. Diretor do Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica, o delegado Sérgio Henriques disse que os peritos priorizaram a recuperação de dados dos dois HDs que estavam em melhor estado de conservação. Com relação ao perfil psicológico do atirador, Henriques disse que um psiquiatra forense do Instituto Médico-Legal (IML) já está analisando os manuscritos deixados pelo atirador.

Perfil de Wellington ficará pronto em 20 dias

Com base no material recolhido, o psiquiatra forense vai elaborar um laudo, que será submetido a outro especialista do IML. Segundo Henriques, o perfil de Wellington deve ficar pronto em 20 dias.

As investigações da Polícia Civil indicam que Wellington teria recebido seguro-desemprego até dezembro. Os policiais civis e federais agora esperam o resultado da quebra do sigilo dos telefones (fixos e móveis), de todos os e-mails e da página do Orkut de Wellington . Oito operadoras já foram oficiadas, devendo informar os dados cadastrais dos assinantes que efetuaram ou receberam ligações entre o dia 7 de janeiro e 7 de abril deste ano, período em que Wellington morou na Rua José Fernandes, em Sepetiba. A medida atinge as empresas Oi, Google, Microsoft Corporation (dona do Hotmail), Claro, Vivo, Tim, Nextel e Vesper Embratel.

http://oglobo.globo.com/rio/mat/2011/04/12/pf-envia-ao-rio-grupo-antiterror-para-investigar-vida-do-atirador-de-realengo-924228355.asp

Grifos e Comentários:
1) "Segundo os agentes federais do Santer, embora Wellington não seja muçulmano e não tenha ligação direta com a religião, ele frequentou pelo menos duas vezes uma mesquita no Centro do Rio, atualmente fechada." - O Globo dá a entender que ser muçulmano e frequentar mesquitas já é suspeito.

2) "Para tentar identificar possíveis membros de um suposto grupo frequentado pelo atirador, técnicos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), da Polícia Civil do Rio, estão usando um software desenvolvido pelo FBI, a Polícia Federal americana." - Aqui O Globo dá a entender que a religião muçulmana é uma ameaça, todos terroristas, e somente a tecnologia de software dos EUA pode nos salvar dos terroristas muçulmanos.

3) "Embora seja considerado pela Constituição um crime hediondo, o terrorismo não tem tipificação penal. A lei não foi regulamentada. Por isso podemos acompanhar, investigar, mas não podemos abrir inquérito." - Acredito que nos próximos dias veremos uma campanha maciça da velha mídia contra os muçulmanos e logo depois algum político da oposição vai propor que se permita a difamação de religiões no Brasil.

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