terça-feira, 12 de abril de 2011

Caro Jânio de Freitas

Por Dalva Teodorescu


Sou leitora assídua de seus artigos e costumo dizer que enquanto escrever na Folha de São Paulo tenho motivos para continuar lendo o jornal. Hoje, vários pontos de sua coluna me intrigaram.

Concordo sobre os abusos dos direitos humanos cometidos no Brasil em várias esferas: prisional, policial, judicial, crimes contra negros, índios, pobres e mulatos... A lista é longa. Nesse ponto sou a favor da ingerência de outros países, seja ele qual for.

Todavia o relatório Americano sobre os direitos humanos no Brasil e em mais de uma centena de países, sem se referir aos absurdos cometidos nessa área pelo próprio país é uma afronta que beira a violência.

É preciso ter os culhões e a cara de pau de Madame Clinton para ler aquele texto sem se constranger. Guantánamo não tem similar em nenhuma democracia do mundo.

A China tem razão em listar os abusos contra os direitos humanos cometidos pelos EUA contra seu próprio povo e contra outros povos. Nem complacência com o que se passa no Brasil nem aceitação dos desaforos dos EUA. E o Itamaraty teve razão de responder prontamente à afronta.

O outro ponto, sobre Belo Monte, é mãis complexo e dá matéria a indagações sobre o fornecimento de energia que o país precisa para continuar crescendo e tirar da miséria milhões de brasileiros.

Hoje se questiona a energia nuclear e a construção de Angra III. Um dos argumentos é que o Brasil teria muitos rios e isso seria uma grande dádiva conta a energia nuclear. Mas vejo que a produção de energia hidroelétrica também é questionada pelos brasileiros. O prejuízo para as populações ribeirinhas e indígenas e para o meio ambiente é sem dúvida colossal.

Fica então a pergunta: qual a solução para o Brasil para a produção da energia necessária para o seu desenvolvimento? Claro, a Eólica é muito limpa, mas insuficiente me parece.

Não exijo que jornalistas tenham as respostas para problemas complexos, mas colocar as questões que são pertinentes me parece uma maneira de sair da facilidade da crítica. E na maior parte do tempo, caro Jânio, você procura escapar das facilidades e conveniências críticas do jornal.

Atenciosamente

Dalva Teodorescu

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