quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Procura se um prefeito para São Paulo

Por Dalva Teodorescu

Por esses dias ouvi de um passante que nós paulistanos estamos sem prefeito.
De veras, nunca antes se viu tanto descaso com a cidade que se desumaniza a cada dia.

Há poucos anos atrás era um prazer nos domingos frescos e vazios caminhar pela av. Brigadeiro Luiz Antonio e chegar ao centro antigo da cidade, apreciando os antigos teatros e centros culturais. Tudo isso acabou.

Nos domingos e feriados um tapete humano se forma ao longo da velha Brigadeiro. Pedintes, moradores de rua, bêbados, crianças maltrapilhas ocupam a cidade. Ficou perigoso para os moradores andar a pé nos fins de semana, nos arredores dessa avenida.

O prefeito Kassabe fechou alguns albergues do centro e expulsou a população de rua dos arredores da região central e, na falta de uma política habitacional e ocupacional adequada, essa população emigrou para a região dos jardins, que virou terra de ninguém.

Nas alamedas do Jardim Paulista as calçadas estão um caos. Cada prédio tem seu pedaço de calçada, um mais feio e mais esburacado que o outro. A força de ceder espaço para os carros, as calçadas ficaram estreitas e foram ocupadas por postes de fio elétrico. Não sobrou espaço para o pedestre.

Atravessar um cruzamento nessas alamedas mais que um desafio é um risco. A prioridade absoluta dos faróis para os carros deixa os pedestres reféns da CET e é preciso paciência e longos minutos de espera.

Em contrapartida, o farol abre alguns segundos para os passantes e é preciso correr para conseguir atravessar a tempo, sem ser atropelado. Mortes por atropelamento na Av. Brigadeiro Luis Antonio com a Paulista é frequente.

Em alguns cruzamentos, como na Alameda Joaquim Eugênio de Lima com a Alameda Santos, nem farol para pedestre tem. E tudo isso parece normal.

A Avenida Paulista, que tanto encanta os paulistanos, está sendo estigmatizada pelos ataques aos homossexuais.

Sem contar a sujeira e o desmazelo com os bens comuns, como as lixeiras constantemente quebradas e trasbordando de lixo.

Em volta de viagem ao Rio de Janeiro, que está vivendo um momento promissor, é ainda maior a percepção de que as coisas não andam bem por aqui.

Não. São Paulo não é só isso. São Paulo não é uma cidade conservadora por natureza. A cidade está vivendo um baixo astral porque está abandonada. Sim, um baixo astral e está na hora de dar um basta a isto e retomar seu lugar de vanguarda.

Estamos falando da região nobre. O que dizer das enchentes e dos desmoronamentos de moradias dos bairros periféricos, que um subprefeito da zona leste justificou como sendo por falta de rede de esgotos na região. Como se a maior parte dos bairros de São Paulo fossem servidos por rede de esgoto!

Ninguém ouve nem vê o Prefeito falar sobre essas mazelas. Ninguém cobra do prefeito do DEM que se ocupe da cidade que o elegeu.

O prefeito está mais preocupado em fazer tramoia na câmera de vereadores para garantir seu futuro político e sair candidato a governador do estado.

Esqueceu que só articulação política não elege ninguém, é preciso mostrar governabilidade coisa que parece não preocupar o prefeito.

Não Kassab, o Paulistano não vai te dar um cheque em branco, como ocorreu nas eleições de 2008, quando o povo votou num bonequinho criado para compensar a sua falta de carisma.

Agora, todo mundo já sabe que prefeito é o Kassab.

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