quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A prisão de Julian Assange expõe os limites da livre expressão nos EUA

Por Dalva Teodorescu

A Corte Suprema de Londres validou hoje o pedido de liberdade condicional de Julian Assange, cofundador e porte-voz do site WikiLeaks. Uma primeira demanda já tinha sido aceita na terça-feira por um tribunal de Westminster, mas o procurador tinha recorrido contra essa decisão.

A prisão de Julian Assange contraria todos os princípios ocidentais de liberdade de expressão. Curiosamente a imprensa brasileira não prega uma defesa clara de WikiLeaks.

Ao contrário, o Estadão, em editorial, defendeu que a prisão de Assange não tem nada a ver com a divulgação dos segredos da diplomacia americana e sim com as acusações de estupro e assédio sexual a duas mulheres na Suécia

Ninguém acreditou nessas acusações nem no motivo da prisão.

Só o Jornal do Dr. Ruy que justifica suas convicções pelo fato de que, em 1971, documentos secretos do Departamento de Defesa Americana foram vazadose, na ocasião, a Suprema Corte dos EUA decidiu a favor do jornal The New York Times, que divulgou os documentos do Pentágono.

Às vezes me pergunto por que o Jornal o Estado de São Paulo tem tanta boa vontade em relação aos EUA. A complascencia chega à servilidade.

O Jornal não diz que os EUA bisbilhotaram ou investigaram países amigos e inimigos, mas sim “Os EUA se interessaram em saber...”.

Todos sabem que a liberdade de expressão nos Estados Unidos, em muitos casos, é “razão de Estado” e a imprensa americana convive bem com isso.

Durante a guerra do Iraque os repórteres americanos só mostravam o que o exército autorizava. As imagens veiculadas pela imprensa americana não correspondiam em nada à veiculadas pelos meios de comunicação europeus, muitas recebidas pela TV Qatar, Al Jazeera.

Mas, aos olhos de parte da imprensa brasileira, quando se trata dos Estados Unidos, tudo isso é normal.

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