Por Dalva Teodorescu
Era preciso muito estômago e força de vontade para ver o debate da TV Record.
Primeiro o horário. Poucos que trabalham cedo no dia seguinte podem ficar até uma hora da manhã diante da TV.
Mas parece que o debate registrou, no início, 11 e 12 pontos de Ibope e no final 6 pontos. Nada mal, o debate despertou a atenção dos notívagos.
A dificuldade maior foi suportar o comportamento do candidato José Serra. Mais do que agressivo o tucano foi deselegante e grosseiro com Dilma Rousseff.
Exibindo tamanha falta de educação, Serra várias vezes se dirigiu à Dilma usando o pronome ELA, e, várias vezes também a tratou de mentirosa.
Serra não respondeu uma pergunta sequer. Preferiu atacar o PT e a candidata. Mas a história de diabolizar o PT está pegando mal e ontem, no debate, ficou claro que é um artifício usado pelo PSDB e seu candidato, para esconder o seu despreparo.
Dilma estava segura, num de seus bons dias. Respondeu com firmeza e questionou José Serra sobre temas importantes, mas que ficaram sem respostas. Como a questão do desemprego.
Serra voltou a dizer que Erenice era o braço direito de Dilma. A candidata petista respondeu que o Paulo Preto é o braço direito, esquerdo e se duvidar é a cabeça também.
Diante das grosserias de Serra Dilma pediu uma vez para o candidato manter o nível do debate. Serra ignorou e partiu para os ataques pessoais.
Num dos últimos blocos, Dilma não aguentou e pediu ao candidato um pouco mais de humildade, de elegância, até porque, disse Dilma, não se ganha debate com desdém, nem se governa com desdém. O tucano engoliu e não respondeu.
Serra trouxe a questão da Petrobrás e das privatizações. Deu-se mal. Hoje, no Estadão 3 cientistas políticos analisaram o debate e deram a seguinte opinião:
Marcus Figueiredo notou que, nesta questão, ao contrário de Dilma, Serra não deixou claro o que fará com os recursos do Pré-Sal.
José Paulo Martins Júnior afirmou que Serra se mostrou esquizofrênico ao tentar se mostrar mais nacionalista que Dilma.
A palavra esquizofrênica também foi utilizada por Carlos Melo para qualificar a postura de José Serra que, segundo ele, foi mais estadista que Dilma.
Os analistas concluem que no saldo, o debate tem mais gosto de vitória para Dilma que para Serra.
Nas considerações finais, Dilma pediu desculpas aos telespectadores pelo nível do debate. Afirmou que tinha certeza que não era esse nível que interessava ao eleitor.
Foi bom o debate, porque mostrou Dilma Rousseff afiada, segura e com muita energia.
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