Por Dalva Teodorescu
É chocante ver os bispos da CNBB pregar a intolerância e a calúnia em porta de igrejas, na televisão e até nas missas.
Não me reconheço mais nessa Igreja, na qual fui criada por opção de minha mãe, mulher de grande fé. Com ela, nós, seus 14 filhos, aprendemos que éramos Católicos Apostólicos Romanos.
Cumprimos todos os ritos eucarísticos do catolicismo e nessa igreja aprendemos os preceitos de Cristo: a tolerância e o perdão sem condição.
Fomos pautados pelos Evangelhos, principalmente o Sermão da Montanha, onde estão expostas as oito beatitudes que constituem a carta da religião católica. (Mateus –V- VII e Lucas -VI, 17-49).
São as oito Bem-Aventuranças onde Jesus começa dizendo “Bem-Aventurados os pobres de espíritos e os impuros porque neles está o reino de Deus” e termina com, “Bem-Aventurados os que sofrem de injúrias e são perseguidos, quando dirão de vós, toda sorte de mal apor minha causa”.
Guiou-nos, também, um dos mais belos evangelhos: “A mulher adúltera” onde Jesus defende uma prostituta prestes a ser apedrejada dizendo: “atirem a primeira pedra aqueles que nunca pecaram”. ( João VIII -3-11).
Tudo isso aprendemos na fé católica, quando tínhamos na CNBB a guardiã dos valores cristãos e das causas justas. Mas tudo isso não existe mais, virou pó.
Hoje, assistimos aterrorizados as falas dos bispos de várias regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Não é só a regional Sul 1 responsável pelo estado de São Paulo, mas bispos de Paraíba, padre da TV católica Canção Nova, e muitos outros cujo sermão de ódio e de histeria serve de base para programas políticos de candidatos com ficha suja e sem escrúpulo, como a candidata laranja Weslian Roriz, esposa de Joaquim Roriz que tem o apoio de José Serra, é bom que se diga.
A tímida notinha da CNBB, publicada em 16 de setembro, afirmando que somente a Assembleia Geral pode falar em nome da entidade é muito pouco diante de tanta infâmia.
O próprio Dom Dimas, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e atual secretário-geral da CNBB afirmou, a respeito de um padre que estaria pregando contra a candidata petista, que os padres têm liberdade de expressarem como entendem.
Há muito não vejo um bispo da CNBB pregar os valores cristãos. Ao contrário, pregam o ódio e a intolerância como principio de fé.
Hoje, quem diria, estamos órfãos de entidades carismáticas que, antes de tudo, defendiam os pobres e perseguidos, mas principalmente as causas justas.
Depois da OAB cair na vida e perder sua unidade nacional, porque cada sucursal defende o que bem entende a exemplo da OAB de São Paulo que caiu nas mãos do DEM, agora é a vez da CNBB mostrar que a entidade virou uma casa de mãe Joana, onde cada um fala o que quer, principalmente quando se trata de difamação e injúria.
Qualquer que seja o resultado das eleições presidenciais, a CNBB sai enfraquecida.
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