Por Dalva Teodorescu
Por esses dias ouvi de um passante que nós paulistanos estamos sem prefeito.
De veras, nunca antes se viu tanto descaso com a cidade que se desumaniza a cada dia.
Há poucos anos atrás era um prazer nos domingos frescos e vazios caminhar pela av. Brigadeiro Luiz Antonio e chegar ao centro antigo da cidade, apreciando os antigos teatros e centros culturais. Tudo isso acabou.
Nos domingos e feriados um tapete humano se forma ao longo da velha Brigadeiro. Pedintes, moradores de rua, bêbados, crianças maltrapilhas ocupam a cidade. Ficou perigoso para os moradores andar a pé nos fins de semana, nos arredores dessa avenida.
O prefeito Kassabe fechou alguns albergues do centro e expulsou a população de rua dos arredores da região central e, na falta de uma política habitacional e ocupacional adequada, essa população emigrou para a região dos jardins, que virou terra de ninguém.
Nas alamedas do Jardim Paulista as calçadas estão um caos. Cada prédio tem seu pedaço de calçada, um mais feio e mais esburacado que o outro. A força de ceder espaço para os carros, as calçadas ficaram estreitas e foram ocupadas por postes de fio elétrico. Não sobrou espaço para o pedestre.
Atravessar um cruzamento nessas alamedas mais que um desafio é um risco. A prioridade absoluta dos faróis para os carros deixa os pedestres reféns da CET e é preciso paciência e longos minutos de espera.
Em contrapartida, o farol abre alguns segundos para os passantes e é preciso correr para conseguir atravessar a tempo, sem ser atropelado. Mortes por atropelamento na Av. Brigadeiro Luis Antonio com a Paulista é frequente.
Em alguns cruzamentos, como na Alameda Joaquim Eugênio de Lima com a Alameda Santos, nem farol para pedestre tem. E tudo isso parece normal.
A Avenida Paulista, que tanto encanta os paulistanos, está sendo estigmatizada pelos ataques aos homossexuais.
Sem contar a sujeira e o desmazelo com os bens comuns, como as lixeiras constantemente quebradas e trasbordando de lixo.
Em volta de viagem ao Rio de Janeiro, que está vivendo um momento promissor, é ainda maior a percepção de que as coisas não andam bem por aqui.
Não. São Paulo não é só isso. São Paulo não é uma cidade conservadora por natureza. A cidade está vivendo um baixo astral porque está abandonada. Sim, um baixo astral e está na hora de dar um basta a isto e retomar seu lugar de vanguarda.
Estamos falando da região nobre. O que dizer das enchentes e dos desmoronamentos de moradias dos bairros periféricos, que um subprefeito da zona leste justificou como sendo por falta de rede de esgotos na região. Como se a maior parte dos bairros de São Paulo fossem servidos por rede de esgoto!
Ninguém ouve nem vê o Prefeito falar sobre essas mazelas. Ninguém cobra do prefeito do DEM que se ocupe da cidade que o elegeu.
O prefeito está mais preocupado em fazer tramoia na câmera de vereadores para garantir seu futuro político e sair candidato a governador do estado.
Esqueceu que só articulação política não elege ninguém, é preciso mostrar governabilidade coisa que parece não preocupar o prefeito.
Não Kassab, o Paulistano não vai te dar um cheque em branco, como ocorreu nas eleições de 2008, quando o povo votou num bonequinho criado para compensar a sua falta de carisma.
Agora, todo mundo já sabe que prefeito é o Kassab.
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