Com a dica de um de nossos seguidores de fibra Rinaldo:
Da Rede Brasil Atual
Por João Peres
São Paulo - A líder da bancada do agronegócio no Congresso Nacional, senadora Kátia Abreu (DEM-TO), recebeu nesta quarta-feira (8) a "Motosserra de Ouro". A premiação dispensada por movimentos sociais e organizações não-governamentais aos personagens da sociedade que, na avaliação deles, mais colaboraram para o desmatamento.
A inusitada entrega ocorreu em Cancun, no México, onde lideranças de todo o mundo debatem caminhos para reduzir efeitos do aquecimento global na 16ª Conferência das Partes (COP-16) sobre Clima da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o Canal do Produtor, página oficial da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora e outros representantes do agronegócio estão no local para promover palestras sobre a visão do empresariado rural brasileiro em torno do tema.
Neste ano, a CNA organizou um encontro em São Paulo no qual reuniu especialistas que, por um lado, duvidam da existência do aquecimento global e, por outro, afirmam que haverá efeitos positivos no fenômeno, como, por exemplo, o fato de que menos mortes serão provocadas pelo frio.
Nesta quarta, a senadora desprezou o agrado, que seria entregue por uma ativista do movimento indígena da Amazônia em parceria com o Greenpeace. De acordo com a ONG, a condecoração é uma lembrança aos parlamentares de que a tentativa de revogar o Código Florestal significa um retrocesso às políticas de combate ao desmatamento. “Se o Brasil legalizar mais desmatamentos, o custo da conservação aumentará muito e pode tornar a aplicação do REDD no Brasil inviável”, explica André Muggiati, representante da Campanha Amazônia do Greenpeace na COP-16.
Esta semana, parlamentares ligados ao agronegócio tentaram colocar novamente em votação no plenário da Câmara a matéria relatada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que prevê redução da área de preservação dentro de propriedades e redução das faixas de conservação de árvores à beira de lagos e rios, entre outras questões. A tentativa de votar o texto, novamente rechaçada por deputados de diversos partidos, contraria acordo acertado durante as eleições, pelo qual só deveria haver apreciação em plenário na próxima legislatura, que se inicia no ano que vem.
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